Os Grandes legados da
Copa
PDF 497
A Copa terminou e não foram encontrados os
legados prometidos que seriam deixados, muitos foram postergados para as olimpíadas,
outros foram ocultados. Mas surgiu uma crise dita como internacional. E
perdeu-se no noticiário os investimentos do PAC, um dinheiro que surgiu do nada
para preparar o Brasil para o mundo, um Brasil capaz de sediar uma Copa. Modificações
urbanas serviram para o melhor deslocamento de comitivas e turistas. Terminada
a Copa restabelece-se o caos, com o trânsito caótico.
Uma sequência de textos, na época da Copa foram
escritos e publicados, com o título de “Os maiores legados da Copa”. Textos para
serem lembrados.
O maior
legado da Copa
Nos últimos anos o Brasil tem passado por
transformações antes nunca vistas, e em curto espaço de tempo. O Programa de
Aceleração do Crescimento - PAC vem acelerando ações e investindo dinheiro nas
mais diferentes áreas.
Uma verdadeira faxina e maquiagem vêm
acontecendo para receber as visitas que avisaram sua chegada de última hora.
Reformas de adequação e ampliação em aeroportos se tornaram necessárias.
Acessibilidade e facilidades de deslocamento em grandes centros, ampliando e
investindo no transporte público dos centros urbanos.
Alguns apagões motivados por excesso de
demanda, falhas no fornecimento e stress no sistema de distribuição, deixaram
diversas cidades e estados às escuras. E agora todas as obras, novas e
recentes, para receber os convidados possuem sistema de ar condicionado.
Rodoviárias, aeroportos, estações de transferências nas vias urbanas e metrôs
são as obras de responsabilidade do setor público. Shoppings, lojas e
restaurantes, obras de responsabilidade do setor privado, aliado a grande
oferta de imóveis novos. A acessibilidade climática para povos de zonas frias e
temperadas, para que não sintam diferenças ou desconfortos na zona
tropical.
Cursos gratuitos de capacitação para taxistas,
setores ligados à alimentação e gastronomia, bem como outras profissões ligadas
ao turismo foram oferecidos pelo Sistema S. Jovens ofereceram-se como
voluntários e foram cadastrados e capacitados, para fazer o receptivo das
delegações, turistas e torcedores.
O esporte tido como preferência nacional tem
mudado sua performance, reformando estádios e buscando um melhor desempenho no
quesito conforto do torcedor. O país não tem mais estádios de futebol, agora
possui Arenas, que a princípio são locais onde poderão ser realizadas partidas
de futebol. Esta é a expectativa para a Copa do Mundo 2014 a ser realizada em
território brasileiro. Depois da Copa deverão vir novas finalidades, e novas
responsabilidades sobre os espaços de arenas.
O país se prepara para receber visitas,
turistas de todo o mundo aproveitarão as partidas de futebol para conhecer,
visitar e revisitar o país. Um grande movimento interno também deverá acontecer
com migrações internas entre cidades sedes dos jogos. Estruturas e
infraestruturas serão colocadas à prova. O uso intenso de corredores
rodoviários e aéreos poderão definir novas necessidades de transporte de
passageiros como o ferroviário e o marítimo, tal como acontece na Europa. O
MERCOSUL poderá perceber novas necessidades econômicas e viárias.
Uma novela que foi produzida mostrando belezas
naturais e reservas minerais, já foi exibida no Brasil e deve estar circulando
o mundo pelas TVs e computadores via internet. A novela criou uma cidade
fictícia juntando paisagens próximas ao ponto de grande importância na última
Grande Guerra (Natal/RN).
Um movimento ocupou os espaços públicos do
mundo depois da virada do século. Estudantes brasileiros foram às ruas pedindo
melhorias no transporte e na educação, sem um bom transporte não se chega a
universidade. Por outro lado, parcerias estaduais e federais formaram frotas de
veículos escolares facilitando o acesso escolar.
Jovens organizam-se pela internet para promover
encontros e manifestações mostrando que estão em dia com a tecnologia e a
mobilização. Alguns destes encontros estão preocupando administrações shoppings
que vêm nestas ações de furtos e arrastões.
A política está em crise colocando os poderes
executivos e legislativos contra a parede para que tomem atitudes em defesa do
cidadão, do contribuinte e do eleitor que prometem uma revanche nas urnas. E o
efeito facebook tem tido mais efeito que a satisfação de sediar uma Copa do
Mundo. O povo começa a entender que pão e circo é o mesmo que cesta básica e
futebol.
O maior legado da Copa não deverá ser as
facilidades e mobilidades urbanas, promovidas e realizadas em função da Copa
2014. Mas uma nova visão de mundo e de comportamento. Um exercício de cidadania
que estrangeiros deverão deixar aos brasileiros quando aqui desembarcarem,
exigirem e defenderem os seus direitos garantidos por acordos internacionais. E
aqui exibirem seus deveres de cidadania de um mundo mais antigo, mais
respeitado, mais civilizado e mais organizado.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 17/12/2013
Enviado ao O Mossoroense.
Os maiores legados da
Copa (parte 1)
Nos
últimos anos e mais intensamente nos últimos meses, o país vem passado por
transformações e mudanças, antes nunca vistas, em um curto espaço de tempo. O
Programa de Aceleração do Crescimento ou PAC, vem acelerando ações e investindo
recursos nas mais diferentes áreas.
Verdadeiras
faxinas e maquiagens, em ruas, esquinas e avenidas, das grandes cidades vêm
transformando e transtornando a vida de seus munícipes, com as obras acontecendo
para receber as visitas que avisaram sua chegada de última hora. Governantes,
gestores e administradores dizem que brasileiros deixam tudo para a última
hora, fatos que acabam se tornando uma verdade e uma justificativa para
atrasos, falhas e incoerências.
Agora
acompanhamos obras, dos gestores e administradores públicos, feitas como que às
pressas para deixar cidades prontas, adequadas e adaptadas para estrangeiros e
visitantes. Obras para ingleses verem, que cumprimos prazos e promessas. Obras
com falhas no planejamento, no desenvolvimento, nas conferencias e nos atos e
agilidades. Atrasos na liberação ou no repasse de verbas, ou burocracias para
empréstimos financiadores.
Reformas
de adequação e ampliação em aeroportos se tornaram necessárias. Acessibilidade
e facilidades de deslocamento em grandes centros, ampliando e investindo no
transporte público dos centros urbanos. Ligações entre aeroportos, hotéis e
arenas também sofrem com mudanças de transito e adequações.
Um
tripé forma uma base com equilíbrio, e a triangulação aeroportos, arenas e
hotéis buscam seus equilíbrios em meio ás cidades com crescimentos e estruturas
desordenadas. O tripé da Copa procura lugares para se fincar em meio a uma
confusão urbana. Não há respeito pelas ruas e calçadas, cada qual busca marcar
seu espaço físico para estacionar e para se deslocar, com as desculpas de que
vivemos no Brasil, e não se pode respeitar todas as regras e leis.
A
comunicologia está impressa nas ruas e nas calçadas, em asfalto e placas, em
sinalizações verticais e horizontais. Cruzamentos com semáforos, em vias
urbanas há muito tempo já possuem uma área de interseção quadriculada para
mostrar que não é permitido parar veículos naquele espaço, independente da
preferência de transito, ou sinal livre para trafegar. Vagas para idosos e
deficientes são desrespeitadas por aqueles que possuem outras deficiências, de
cidadania, de capacidade de interpretação, de idoneidade, e de respeito ao
próximo.
Espaços
públicos de lazer e esportes estão sendo construídos nas periferias de cidades
sedes. Feriados e pontos facultativos estão sendo programados. Alternativas de
diminuir o volume de pessoas nos espaços onde circularão esportistas e
desportistas, turistas e grupos receptivos.
Cidades
sede na Copa 2014 deverão ter experiências e vivencias com outras culturas,
outras educações e formações. Exemplos de cidadania e respeito deverão ser
deixados pelos povos do primeiro mundo. Visita insatisfeita não volta onde não
é bem recebida.
O
Direito Internacional deverá ser aplicado pelos cidadãos estrangeiros que aqui
desembarcarem vindos de outras terras, onde o conhecimento de cidadania é maior
e mais avançado. Este direito internacional deverá ser respeitado, entre países
que tenham acordos internacionais, de respeito mútuo aos seus cidadãos estando
em outros em solos tal como em seus países de origem.
Estarão
presentes no Brasil, países mais antigos historicamente, com populações
constituídas de faixa etária mais avançada. Donos do poder político, do poder
bélico e do poder econômico do mundo. Os berços das civilizações e do direito.
Os maiores legados da
Copa (parte 2)
O
Brasil conviveu ultimamente com alguns apagões, motivados por excesso de
demanda de energia elétrica, falhas no fornecimento, stress no sistema nacional
de energia elétrica. Ofertas e demandas não se equilibraram, os blecautes
(black out), deixaram diversas cidades e estados às escuras por várias horas.
Falhas no sistema anunciaram problemas a serem solucionados: aumento de oferta,
melhora na distribuição e analise de consumo.
O
litoral do nordeste brasileiro investe em energia eólica, mas a energia
produzida ainda encontra dificuldades em entrar no sistema nacional, por falta
de redes de transmissão, falta de investimentos e planejamentos. Enquanto isto
torres continuam sendo instaladas cumprindo cronogramas.
A
sociedade brasileira como um personagem de Cervantes luta com estes moinhos de
vento endeusados, que giram sem ter sua energia produzida aproveitada. Enquanto
estrangeiros estão no processo de transferência de tecnologia eólica,
participando dos workshops que formam redes cooperativas de tecnologia e
pesquisa em energia eólica, integrando setores. Eventos produzidos e promovidos
por órgãos governamentais: Sebrae, Fapern e CNPq.
O
uso de energias denominadas como limpas e alternativas, não só diminui o
impacto ambiental, e a degradação do ambiente, bem como deixam os países que
detém a tecnologia da energia atômica, com menos preocupações, evitando o
surgimento de um novo concorrente. O uso das energias renováveis produz ao
primeiro mundo comodidades e confortos, evitando conflitos políticos,
econômicos e bélicos. E quem sabe promovendo confortos turísticos no presente e
econômicos no futuro.
As
tomadas elétricas para aparelhos elétricos e eletrônicos no território
brasileiro foram modificadas atendendo as novas normas ABNT. Todas as obras
novas, recentes reformas e modificações, se adequaram para receber os
convidados da Copa 2014 e em breve futuro as Olimpíadas. O país está de
black-tie, com tomadas brancas e fios pretos. Instalações residenciais e
comerciais possuem tomadas novas, justificadas pela maior segurança, para que
os convidados possam trazer seus computadores pessoais.
Processos
de gestão da qualidade (GQ), onde se está sempre em busca da qualidade e
perfeição, e estas estão sempre em outras mãos, aquelas que detêm o
conhecimento e a tecnologia. Efetuar um processo de GQ requer enxergar um
futuro, determinar de onde se quer partir, e aonde se quer chegar, do start ao
finish. E para isto é necessário um leque de informações e conhecimentos.
Espaços
de acesso público possuem redes de Wi-Fi e sistema de ar condicionado. Uma
climatização para evitar danos pulmonares e danos computacionais, aos aparelhos
produzidos em zonas frias e temperadas, e seus proprietários. Precauções para
não se incompatibilizem com o clima, adquirindo viroses da zona tropical. No
passado os imigrantes sofreram com doenças tropicais, agora prevenidos preparam
o ambiente para suas extensões corporais, como seus computadores pessoais.
As
arenas (antigos estádios), rodoviárias e aeroportos com espaços climatizados
receberão turistas internos e externos. Estações de transferências nas vias
urbanas e metrôs são obras de responsabilidade do setor público com
climatização e Wi-Fi. Shoppings, lojas e restaurantes, são obras de
investimento, interesse e responsabilidade do setor privado com ambiente
agradável, iluminação, conexão e climatização. A acessibilidade climática para
povos de zonas frias e temperadas, para que não sintam diferenças ou
desconfortos na zona tropical.
Torcedores
e turistas embarcarão em regiões mais frias, viajarão em aviões e navios
climatizados, e querem assistir os jogos em ambientes agradáveis e limpos. A
embaixada da FIFA exige, e em cada arena irá reinar as regras da FIFA, tal como
uma embaixada, nos campos e nas arquibancadas, em toda a arena.
Ambientes
agradáveis com iluminação e climatização estão aliados a grande oferta de
imóveis novos, que quando ocupados deverão aumentar, e muito, a demanda de
energia. Outras modalidades de energias ainda não estão totalmente interligadas
ao sistema nacional de distribuição. A energia hidrelétrica produz inundações
de áreas ainda não exploradas e não demarcadas. Uma crise com conflitos já
invade áreas indígenas, tribos já perderam suas aldeias por inundação.
A
energia atômica em Angra é sempre uma preocupação de usos e desusos. A presença
de estrangeiros provocará um processo de tomada de decisão.
Os maiores legados da
Copa (parte 3)
Cursos gratuitos de
capacitação para taxistas; aos setores ligados à alimentação e gastronomia, e
bem como à outras profissões e atividades relacionadas ao turismo foram
oferecidos pelo Sistema ‘S’. Jovens ofereceram-se como voluntários, foram
cadastrados e capacitados para fazer o receptivo das delegações, turistas e torcedores.
O Brasil não se prepara
simplesmente para a Copa 2014, mas para as Olimpíadas, e mais algum outro
grande evento que venha acontecer, como a vinda do Papa, que já esteve no
Brasil em 2013 e pode voltar, tendo em vista ter encontrado aqui uma Igreja jovem,
com condições de fortalecer o catolicismo.
O país sempre foi um ponto
estratégico: uma escala do caminho marítimo para as índias no ano de 1500; na
2ª Guerra como Trampolim da Vitória; no caminho do hemisfério Norte para a
ocupação do território Antártico; e agora no caminho do futuro, para o espaço
sideral. Segundo informações no blog da secretaria de comunicação de Natal/RN,
a cidade é um dos quatro pontos geográficos mais estratégicos do mundo, pela
visão do departamento de guerra americano.
O Brasil prepara-se para
receber aqueles que desembarcarão, mas não embarcarão de volta aos seus países,
cidades e continentes, fixarão residência aqui, com novas ideias e novos
conhecimentos.
Mestres, doutores e
causídicos, com seus títulos acadêmicos respaldados por instituições, falam de
estatísticas e percentuais esperados na balança comercial como saldos positivos
para 2014. Discursam a acessibilidade automobilística como um grande legado da
Copa, dando a entender que todos possuem carros e precisam se deslocar com mais
facilidade. Esquecendo o direito primitivo que usa a cronologia tecnológica, a
cronologia das invenções, dando preferências e prioridades nos
deslocamentos.
Ao cruzar vias e destinos,
tipos diferentes de transportes, devem ser criadas regras para uns e para
outros, respeitando-se entre si, por suas prioridades, necessidades e
velocidades. Valores comerciais e econômicos, valores de cargas e de
passageiros, valores simbólicos, valores incalculáveis como a vida de cada um.
Ruas e corredores, avenidas e
calçadas, vias exclusivas e inclusivas, espaços disponíveis para circulação por
diferentes trações, queimando açúcar em processos mitocondriais ou combustíveis
fósseis em motores à explosão.
Espaços baseados no desenho
universal designam caminhos e vias a pedestres, bicicletas, trens, veículos
automotores, e até aviões. O ato de caminhar do homem é o deslocamento
primitivo que antecede ao uso do cavalo e da charrete. A tecnologia primeira
criou a máquina a vapor que foi largamente utilizada em ferrovias. Depois criou
o motor à combustão, ainda utilizado nas rodovias, o carro elétrico ainda não é
amplamente utilizado nas vias públicas.
Alguns patrulhamentos e
pequenos deslocamentos com carros elétricos já são feitos em parques, shoppings
e aeroportos, circulando em meio a transeuntes, com espaços e velocidades
limitadas, respeitando aquele que caminha a pé e tem prioridade dentro daquele
espaço.
Historicamente cada tipo de
deslocamento motorizado tem a sua prioridade perante uns e respeito a outros.
Um avião tem um valor econômico e comercial muito maior que um automóvel, e
para isto aeroportos localizados em grandes centros urbanos possuem viadutos
onde transitam aeronaves taxiando, dando passagem aos veículos por baixo da
pista. Ferrovias tendem a trafegar sobre viadutos ao cruzar as vias urbanas,
principalmente as ferrovias de carga que possuem grandes comboios com
velocidade reduzida e enorme quantidade de vagões.
Em vias urbanas devem ser
construídas passarelas e passagens subterrâneas para pedestres, e na
impossibilidade destas alternativas, deve haver semáforos e faixas para
travessias de pedestres, para ser respeitadas pelos veículos, onde o condutor
antes de dirigir é um pedestre como todos os outros. E muitas vezes transitam
ocupando um veículo em uso individual, diante de dezenas de pedestres
atravessando uma avenida.
Calçadas são disputadas por
carros e pedestres. As calçadas ou passeio por lei devem possuir espaço
suficiente para pedestres e cadeirantes, e nos seus limites com a via destinada
e apropriada a veículos automotores, uma faixa guia, para deficientes visuais.
As faixas amarelas com relevos, não simplesmente para deficientes visuais, são
de cor amarela e continua, para alertar e lembrar aos motoristas que uma faixa contínua
ao longo da via indica que não é permitido estacionar, como também não é
permitido estacionar sobre a faixa, permitindo a qualquer pedestre a travessia
da pista em qualquer ponto da guia.
A acessibilidade é um direito
de todos e deve ser instituída, praticada e construída antes da mobilidade
urbana, projetando e construindo a cidadania, nos espaços públicos.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 05/01/2014
Texto escrito para: Jornal de Hoje – Natal/RN
Os maiores legados da
Copa (parte 4)
Empresários
estão cautelosos com seus investimentos, em função dos futuros acontecimentos,
aos rumos da economia e do Brasil depois da Copa do Mundo e das eleições de
2014. Também existe uma grande preocupação de quem está no poder, seu futuro
está em jogo. O governo e os governantes estão sendo criticados e julgados.
Grupos defendem a retomada do governo e do poder pelos militares. Diante de
tantas especulações e previsões só o tempo tem a resposta.
Apenas
um fato é certo: é necessário investir em educação, e empresários do ramo estão
vislumbrando um aquecimento do mercado educacional, enxergam lucros em seus
comércios. Educação se torna um bom negócio, e como tudo termina em pizza, onde
a massa é a mesma e só muda a cobertura, as faculdades remexem e misturam
professores e disciplinas criando novos cursos, acomodando, cozinhando e
assando os alunos no mesmo espaço. Coberturas que encobrem a mesma massa básica
feita de farinha e água, modelada e assada em forma de disco. O futuro onde
cada um criará a sua profissão está cada vez mais perto. Pizzarias já montam a
pizza ao gosto do freguês, que escolhe os ingredientes.
Faculdades
particulares primeiro se reuniram para formar centros universitários e
universidades. Grupos universitários apresentam-se mostrando diversas
logomarcas procurando uma dar sustentação a outra, embora sejam controladas por
um grupo formado pelos mesmos, e até liderado por uma mesma pessoa como
acionista majoritário e controlador. Estratégias de marketing maquiando
estratégias administrativas.
Cursos
superiores tornaram-se um grande negócio para vender um produto que a sociedade
é convencida de não possuir: saber e conhecimento. Com estratégias de exemplos
silviossantistas. Como a história épica do menino pobre que sai do sertão
torna-se engraxate e transforma-se em um grande empresário à custa de seu
esforço e sacrifício. As mesmas estratégias de marketing utilizadas em net
work.
Universidades
particulares fizeram convênios com instituições internacionais, com franquias e
chancelarias. As universidades federais e estaduais fizeram acordos e parcerias
com instituições diversas do mundo criando grupos internacionais e
multinacionais, como o Grupo Coimbra. Parcerias que se comprometem reconhecer
entre si: diplomas e certificados, seus saberes e seus conhecimentos. Promovem
cooperação nas áreas da ciência, tecnologia e inovação, fomentando e
investigando.
Cada
instituição buscando agregar valores a seus nomes e professorados. Buscam um
reconhecimento internacional para criar intercâmbios para professores e alunos.
Implantam um oligopólio, agregam logomarcas a seu marketing fazendo
merchandising em outdoors e busdoor.
Para
as escolas, faculdades e universidades vão valer as leis de mercado: lei da
oferta e procura, e a lei da concorrência. Instituições de ensino para
continuar no mercado da educação terão que fazer o dever de casa, aplicar
aquilo que ensina, insiste e cobra do aluno: inovação e criatividade. Sair do
modo econômico e imprimir em modo otimizado a sua função, de formar e informar.
Evitando assim a necessidade de utilizar uma nova ferramenta de gestão, o
termômetro de Kanitz.
Visões
e missões não foram criadas para colocar em um quadro bonito na parede de
entrada, para que o cliente veja ao entrar. Visões e missões formam um conjunto,
uma busca de resultados, um caminho utópico e sem fim, no caso aqui, uma escola
a ser melhorada a cada semestre. A busca do melhor, do inovador, o diferencial.
Melhor não apenas no conhecimento oferecido, mas principalmente as condições
que este conhecimento pode e deve ser oferecido.
Um
dos grandes legados da Copa vai ser a nova maneira de ver o mundo, uma visão
deixada pelos estrangeiros que aportarão em nossas terras. Poderemos ver ombro
a ombro, in loco, como eles enxergam
o mundo, a sociedade e a cidade. E um consumidor mais exigente surgira, um
consumidor cidadão respeitando a si e principalmente ao próximo.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 18/01/2014
Texto
escrito para: Jornal de Hoje –
Natal/RN
Os maiores legados da
Copa (parte 5)
O
conhecedor de línguas e pensador Vilém Flusser, segundo Erick Felinto e Lucia
Santaella (Vozes, 2012) foi um explorador de abismos. Nascido em Praga em 1920
viveu no Brasil, casou no Rio de Janeiro e morou em São Paulo, mais tarde
voltou a Europa e faleceu na França em 1972. No entendimento de Flusser o
futebol é uma instituição importada e financiada pela burguesia com a
finalidade de dirigir as energias para canais inofensivos e sustentadores de
uma situação.
O
esporte tido como preferência, e referência nacional tem mudado sua
performance, reformando e transformando estádios; buscando um melhor desempenho
e qualidade no quesito conforto dos jogadores e torcedores, imprensa e
convidados especiais. O país não tem mais estádios de futebol, vem perdendo sua
memória esportiva formada por estádios e campos, ícones do futebol foram
demolidos.
O
brasileiro alienou-se de sua realidade porque não conseguiu firmar-se em nada,
disse Flusser. O Brasil foi descoberto e colonizado por estrangeiros entre
invasões e expulsões. Depois vieram novos estrangeiros como imigrantes e mão de
obra após a abolição dos escravos. Já tivemos presença marcante de americanos
durante os períodos de guerras, não só com ponto estratégico do Trampolim da Vitória,
mas com missões da ONU em outros países e treinamentos militares das FFAA
(forças armadas).
Agora
com Copa do Mundo e com novos portos e aeroportos teremos presença de turistas,
torcedores, jogadores e profissionais do futebol. O coaching presença
obrigatória nos times e jogos de futebol, já se faz presente como treinador de
carreiras e profissionais.
O
Brasil possui agora Arenas, que a princípio são locais onde poderão e deverão
ser realizadas partidas de futebol. Espaços construídos para abrigar torcedores
e jogadores de um primeiro mundo. Seleções de futebol que representam países em
uma competição é um critério de escolha dos melhores, a oportunidade de fazer
um marketing pessoal e coletivo. Um campo de batalhas sem armas, apenas
jogadores como símbolos de ataque e defesa com chutes em uma bola substituindo
os tiros de canhão. Volantes em campo lembram os volantes de policiais que
adentravam a caatinga e o sertão na época do cangaço.
Com
gestões e indigestões, organizadores do campeonato mundial, exigiram qualidade
na construção e no acabamento dos espaços desocupados pelos estádios e
transformados em arenas. Empresas portadoras de qualidade ISO e NBR foram
contratadas para construir arenas, e estas por sua vez, com regras ABNT e RH,
exigiu qualidade e capacitação de seus funcionários e fornecedores, com
adequação de normas e procedimentos. Por fim a FIFA tomará posse das arenas e
administrará impondo regras durante o primeiro tempo, segundo tempo, intervalos
e prorrogações. Somente no terceiro tempo os brasileiros retomarão a posse do
campo.
Enquanto
brasileiros estão em outras dependências da casa, um grupo na cozinha
preparando uma gastronomia internacional requintada e outro grupo no quintal
jogando uma partidinha de futebol, aguardando novas ordens, um público seleto
estará na copa desfrutando de um aparelho público com mobiliário novo e
requintado. Um público recebido com honras nas salas de desembarque dos novos
portos e aeroportos.
O
governo junto com as FFAA já preparou um documento regulamentando a segurança,
viveremos estados de sítio e estádios da FIFA. A segurança dentro das arenas e
seu entorno estará garantida. Na periferia outras forças podem dominar
territórios.
Arenas
foram inauguradas oficialmente sem o habite-se e vistoria dos bombeiros. Jogos
estão sendo realizados sem a total capacidade e com vistorias parciais dos
órgãos competentes, a ART do CREA e a arte dos governantes. Estratégias de
avaliação das estruturas e facilidades de acesso e fuga, com jogos e públicos
locais.
Depois
da Copa deverão vir novas finalidades, e novas responsabilidades sobre os
espaços de arenas. Novas disputas nas arenas acontecerão. Esta e a expectativa
para a Copa do Mundo 2014 a ser realizada em território brasileiro.
Os maiores legados da
Copa (parte 6)
O
país se prepara para receber visitas. Turistas de todo o mundo aproveitarão as
partidas de futebol para conhecer, visitar e revisitar o país. Um grande
movimento interno também deverá acontecer com migrações internas entre cidades
sedes dos jogos. Estruturas e infraestruturas serão colocadas à prova. O uso
intenso de corredores rodoviários e aéreos poderão definir novos meios e
necessidades de transporte de passageiros: como o ferroviário, marítimo e
fluvial; talvez o lacustre, tal como acontece na Europa. O MERCOSUL poderá
perceber novas necessidades econômicas, monetárias e viárias.
Uma
novela foi produzida mostrando belezas naturais e reservas minerais. Já foi
exibida no Brasil e deve estar circulando o mundo, pelas TVs, e em computadores
via internet. A novela criou uma cidade fictícia juntando paisagens e
personagens, criou cenas e situações, em regiões próximas ao ponto de grande
importância na última Grande Guerra. Um ponto que continua sendo estratégico,
com reservas minerais, próximo à linha equatorial, o limite dos hemisférios.
Um
movimento popular ocupou os espaços públicos do mundo, no hemisfério Norte o
Movimento Occupy, depois da última virada de século. Hoje a população
brasileira ocupa as ruas exigindo aquilo que acha serem seus direitos.
Estudantes brasileiros foram às ruas pedindo melhorias no transporte e na
educação, sem um bom transporte não se chega ao conhecimento. Estudar requer
estratégias de investimento e deslocamento, o homem é nômade por natureza.
Por
outro lado parcerias municipais, estaduais e federais formaram frotas de
veículos escolares, com um estilo americanizado, facilitando o acesso, o
caminho da escola. Incentivos educacionais e temporais facilitam o acesso ás
universidades. O país tem pressa em colocar seus alunos na escola, é preciso
impressionar as visitas.
Jovens
organizam-se pela internet para promover encontros e manifestações mostrando
que estão em dia com a tecnologia, opinião e mobilização. Alguns destes
encontros estão preocupando administrações de shoppings que vêm nestas ações de
furtos, vandalismo, arrastões e confusões. Situações de pânico que testam e
treinam seguranças e vigilâncias para a Copa, em espaços públicos e privados.
A
política está em crise colocando os poderes executivos e legislativos contra a
parede para que tomem atitudes em defesa do cidadão, do contribuinte e do
eleitor que prometem uma revanche nas urnas. E o efeito Facebook tem tido mais
efeito que a satisfação de sediar uma Copa do Mundo. O povo começa a entender
que “pão e circo” é uma expressão temporal e tem um mesmo sentido que cesta
básica e futebol.
Universidades
oferecem cursos cada vez mais especializados, com mestrados e doutorados,
justificando a necessidade do conhecimento e velocidade das mudanças do mundo
com informação. Argumentam que existe uma rápida evolução da ciência e da
tecnologia, a complexidade da sociedade moderna.
Uma
contradição de velocidades, dois pesos e duas medidas, se os recursos humanos
não se capacitam diante uma sociedade complexa e exigente, os recursos humanos
formadores e transmissores de conhecimento que são sistemáticos e progressivos
não permitem montar grades curriculares e um corpo docente para criação de
novos cursos a novos discentes.
Bauman,
sociólogo contemporâneo, já afirmou que vivemos uma sociedade líquida, mundos
líquidos onde tudo e todos se misturam com facilidade. Se a sociedade é
liquida, a denominada academia se enxerga sobre a sociedade como o óleo sobre a
água, não se misturam. È necessário ser mais viscoso para agregar partículas e
conhecimentos, sair da densidade um, vivemos a Era do conhecimento. Zygmunt
Bauman critica a academia e defende a literatura como forma de conhecimento.
O
maior legado da Copa não deverá ser as facilidades e mobilidades urbanas,
promovidas e realizadas em função da Copa 2014. Mas uma nova visão de mundo e
de comportamento, que já vem mudando. O mundo acabou em 2012, vivemos agora
outro mundo.
Texto disponível em:
Em 03/10/15
Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Plataforma
Lattes
Produção
Cultural
|
|
Outros textos:
|
http://jornaldehoje.com.br/search/roberto+cardoso
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário