domingo, 20 de dezembro de 2015

A produção literária como mercadoria



A produção literária como mercadoria


Revisitando antigos conceitos da economia, vamos encontrar três grandes blocos de produção, de atividades econômicas, e de uma literatura: setor primário, setor secundário e setor terciário. O denominado setor primário, é onde os produtos de valor econômico estão no uso e exploração da terra. Com a descoberta e exploração do território brasileiro, surgiram algumas literaturas, a começar com a carta de Pero Vaz de Caminha. As terras foram descobertas e divididas entre donatários. O momento da propriedade rural, com produção de cana de açúcar, o ciclo do ouro, e outros minerais.

Depois da exploração dos produtos disponíveis na terra, produtos agrícolas e animais podem ser cultivados e criados. E os novos produtos são oferecidos pela terra, com custo e produção calculados. E os produtos da terra dirigem-se ao setor industrial, o setor secundário, com a transformação de matéria prima, o momento da propriedade industrial. O meio rural provocou conhecimentos: plantios, criações e colheitas, com o estudo do tempo. O setor da indústria provocou conhecimentos de transporte, conservação, transformação e industrialização. Estratégias de logística.

Com produtos provindos direto do meio rural, ou das industrias depois de transformados, são direcionadas às cidades, os grandes centros de negociações de compra e venda. E surge um terceiro setor, denominado de terciário, onde o principal ato econômico é uma prestação de serviços, e então é muito comum uma propriedade comercial, para realizar transações de comercialização de serviços e produtos. E nas cidades também foram produzidas as literaturas. Muitas músicas e histórias saíram de bares e restaurantes. Romances mornos e insossos; quentes e ardentes.

Depois de tantos momentos, tantas pesquisas e tantas transformações, tudo que foi feito e observado pode ser transformado em literatura, com sempre foi. Agora em um quarto momento, com o escritor como artesão de tudo que foi visto e armazenado na sua mente. O artesão escritor usa suas ferramentas: lápis e papel ou máquina de escrever; computador e impressora, e outras tantas tecnologias de informação.

Sem o uso de pesquisas ou laboratórios, as informações estão em toda parte, literalmente na palma da mão. Informações plantadas, inseridas e reunidas na mente geram um conhecimento, o feedback do cérebro. O escritor gera um produto, com características próprias, um texto ou uma dissertação. Um livro ou um artigo, caracterizado pela produção de um conhecimento. O texto é único, e tem um dono, um produtor, que detém a propriedade intelectual.

Um texto ou um livro nada mais é que uma mercadoria produzida, onde o conhecimento acumulado foi a matéria prima, processado por mentes auspiciosas e intelectuais. E tal como uma mercadoria, um livro não pode ser apenas colocado em uma estante, como prateleira, de uma biblioteca ou livraria. Todo produto para ser vendido, usado, apreciado e degustado, precisa de estratégias mercadológicas, para vendas, propaganda e marketing. O escritor, o editor e o distribuidor precisam conhecer seu público alvo. Saber onde estão os seus consumidores.

O público consumidor como sempre, tem a liberdade de escolha, comprar um produto completo ou escolher um produto genérico. Fazer dietas e restrições de alimentos e temas. Escolher marcas e embalagens, capas e contracapas, consultar índices e ingredientes. Aceita informações de outros autores ou consumidores, sobre novos autores e determinadas marcas, títulos e mercadorias. Consulta a composição de alimentos e a bibliografia utilizada, para criar produtos e livros. Consulta a safra e a origem da produção, ano e cidade onde foi escrito. Já tem em mente ideias e receitas, culinárias ou medicamentosas.

O leitor, ou o comprador, pode misturar escolhas e sabores, autores e títulos para construir o seu próprio conhecimento. Saberes e sabores. Pode deixar de ser um consumidor de um produto intelectual e tornar-se um produtor de conhecimento. E então terá que buscar e conquistar seus leitores e clientes.

A produção de um livro, bem como a qualidade de um livro, depende do capital intelectual do autor. E a análise do livro a ser lido ou adquirido, depende do capital financeiro ou do capital intelectual do leitor ou comprador, que pode ler e reler um título ou um autor, e emitir uma opinião.

Tudo é uma questão de gosto, conhecimento de especialidades e especiarias; apetite e avaliação.



Em 20/12/15

Roberto Cardoso “Maracajá”

Produtor de conteúdo (Branded Content)







Texto disponível em:







Em 20/12/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN



por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq

Plataforma Lattes
Produção Cultural

Maracajá

Outros textos:

Branded contents





http://jornaldehoje.com.br/search/roberto+cardoso




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Crônica de uma foto


Crônica de uma foto 



 Foto com adaptação do texto original
 
Tinha algo inscrito naquele olhar, naquele canto esquerdo da boca. Algo ou alguma coisa ela quis expressar, transbordar, ultrapassar os limites da foto. Uma mensagem, algumas palavras, de um momento ou de um sentimento. Aquele mínimo encostar dos lábios, provocando uma leve ascensão dos lábios unidos. Naquela junção dos lábios denominada como comissura labial, ela fez o traço do desenhista que quer expressar uma emoção do seu personagem em seus dibujos e cartoons.
A pressão exercida pelos lábios superior e inferior provocou uma pequena alteração nas chamadas covinhas do rosto. As covinhas reconhecidas, realçadas e destacadas com um sorriso, por mais simples e sutil que seja. Covinhas são marcas registradas de alguns, tal como sinais, como aquele bem discreto logo abaixo do lábio inferior. Um conjunto de pequenos detalhes marcando um leve sorriso, somado a um olho encoberto pela madeixa que escorria pelo rosto com cabelos lisos, e com traços metálicos preciosos.
Um olhar penetrante, fixo, ligeiramente desviado do centro da foto. Respiração e expressão estática. Com certeza um firmar e um olhar para não perder o foco do ato e da câmera fotográfica que devia estar segurando para fazer um autorretrato. Pescoço levemente inclinado desfazendo uma simetria ortogonal dos retratos para documentos. Uma inclinação necessária e suficiente para a madeixa encobrir parcialmente o olhar. E naquele momento um flash ficou registrado na sua retina e na sua mente.
O corpo tem suas falas e suas linguagens. E a fotografia congela um momento, um instante. As fotografias congelam e eternizam os gestos, os jeitos e os trejeitos do retratado com imagens e mensagens.
Pequenos detalhes percebidos por um simples ato de mudar, e trocar a foto do perfil. Um ato que reflete e transfere para uma rede social o novo estado emocional, o estado de espírito de cada um, naquele momento. A partir daquele momento até que novas mudanças ocorram de dentro para fora e uma nova imagem surja com mensagens de que ela mudou a foto de perfil.


Texto originalmente publicado em:
http://www.publikador.com/sem-categoria/rcardoso277/2014/04/cronica-de-uma-foto/

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Olhar de Burca (2ª parte)


Olhar de Burca (2ª parte)
 PDF 507
 
 
 
Depois do primeiro olhar, a oportunidade de fazer um outro olhar, uma nova analise daquele olhar. Algo como um café para despertar. Com outros tempos e outros momentos, a elevação de uma fumaça serviria para elevar ideias e pensamentos. Um conjunto de imagens e ideias formou-se ao longo do tempo, a imagem do escritor em seu recolhimento, um conjunto de ideias: uma luminária acesa e uma sombra na parede; um café fumegante com uma fumaça lenta e sinuosa; um cigarro aceso com uma suave fumaça destacada no ambiente, e a velha máquina de escrever. Um escritor datilografando incessantemente, ou o escritor parado observando a sua obra à frente.

Hoje são novos tempos, e por vezes basta um café, em um café, em um lugar não tradicional. E uma arroba flutuante sobre o café. A leveza da arroba atual contrasta com a antiga arroba da pesagem de cargas e animais. Restou agora a arroba como um sinal do café, o seu histórico ali na mesa: plantado, colhido, pesado; torrado, moído, pesado; fracionado, transportado e pesado; por fim então é preparado. Uma história impressa em uma imagem.

Um tempo com outros acessórios, outros equipamentos e outras velocidades. Um tempo para outros programas e aplicativos. O tempo da multidisciplinaridade, transversalidades e currículos integrados, tudo interagindo. O tempo para pedagogos e pedagogas ficarem refletindo, seus primeiros passos, e próximos passos a serem seguidos.

A visão pedagógica de múltiplos olhares, definiu novos olhares. Uma mesma imagem, com múltiplos olhares. E aqui a possibilidade de fazer um novo olhar, ao que se denominou, um olhar de burca.

Mas um café desperta, e dá a oportunidade de imaginar novas ideias. Imaginar novas ideias e novas imagens, o antes e o depois daquele olhar. Um olhar com feed back, o olhar depois de outras analises. Um desenrolar de ideias, descritas por inúmeras palavras, inúmeros momentos e diversos lugares. E se torna possível identificar vários olhares, comecemos por um olhar estratégico, por ambos os lados. A estratégia de desarrumar o conjunto facial. Estratégias que foram observadas, depois de lidas, interpretadas e divulgadas. O livro como barreira da fala.

O calar das falas. Falas e falácias, o falar pela articulação das palavras, e falas expressivas pelos músculos faciais. As mãos argumentativas podem colaborar com as falas. Falas ditas e falas disfarçadas. A mão que segura uma fala, já que as mãos também falam. A mão que cala uma boca, e o livros que colocam palavras na boca de quem o lê e o interpreta, e depois não cala. Ao ocultar uma parte do rosto, ficou escondido um outro olhar. Um olhar todo articulado, um olhar que seria denunciado por marcas de expressão adquiridas ao longo do tempo, ou marcadas naquele momento. O livro que esconde, e o livro como barreira do que não quer ver. Os dois lados do olhar. Marcas desejáveis para compor o olhar, e marcas não desejadas por cicatrizes da idade. Um tema para ser pesquisado, o registro de imagens, além da fala. A oportunidade de uma terceira parte. Uma nova etapa, o registro de uma fala, sempre aberta e pronta para novas etapas. E como disse um poeta cantando, o tempo não para.

As vezes um texto foge do domínio do autor. Termina como um tempo de tomar um café. É preciso fazer uma pausa para o café. Pausa reflexiva que possa quem sabe talvez, continuar a fazer novos olhares. O tempo de refletir o café.

 

16/10/15

 

Texto relacionado, “Olhar de Burca” disponível em:



 

sábado, 10 de outubro de 2015

Olhar de burca


 Olhar de burca
 
A tentativa de interpretar um olhar
 
A foto despretensiosa em exibir um olhar, mostrou mais do que um livro, que supostamente estaria lendo. Despertou uma imagem tal qual olhos à espreita, pela fresta de uma burca. Olhos que buscam as imagens do lado de fora. Tinha a intenção de mostrar o livro, e talvez o momento de estar lendo, mas tinha uma câmera para focar e disparar, congelando um momento. E resultou uma imagem, talvez não esperada, que alguém tentasse interpretar.

A pose escolhida deixou os olhos como ponto principal, o primeiro ponto para olhar, o seu olhar. E ficou com os lábios escondidos. Lábios que fariam um par com o olhar dando novas imagens, maiores detalhes para interpretar. Lábios que não estavam tristes, pois não foram denunciados pelo olhar. E ficou como que um desafio para quem a foto olhar, observar, procurar detalhes. A tentativa de interpretar. Não houve como escapar. A máquina capturou uma imagem e a imagem impressa, capturou um desejo de interpretar. Apenas tentar, tudo interpretado pode ser negado pela dona do olhar.

Diante um livro impresso cheio de palavras, o Livro de Palavra, de João Andrade, ficou uma visão do observador direcionada a expressão de seus olhos, no texto fotográfico impresso. O ponto de fuga da imagem destinou-se aos seus olhos, e não deu para fugir do seu olhar. O que seria o ponto de fuga de um desenho, tornou-se um ponto de atração para uma tentativa de interpretação. E ficaram duvidas no ar. O que se passava como imagens ou pensamentos, naquela mente, naquele momento? Qual era seu intuito, a sua intenção? Embora fosse um livro aberto, seu olhar não se dirigia as páginas escolhidas para posar.

E seus olhos estavam abertos para aprofundar o olhar sobre a imagem resultante. Um rosto parcialmente despido por um véu, ou uma burca estampada. Talvez tenha acontecido a intenção de repetir o desenho estampado. Um rosto ultrapassando um vitral. E seu olhar ultrapassando a imagem.

Esclera límpida e pupila tendendo a midríase, em função da pouca iluminação do local. O disparo do flash ficou registrado em cada um dos seus olhos compondo o seu olhar. Não houve tensão registrada pelos músculos da testa. Sobrancelhas bem delineadas e bem definidas, dão a ideia do cuidado com o olhar. Fundo praticamente liso e quase todo branco, excluído por talvez uma moldura, talvez uma pequena janela. A proximidade de uma parede, denota que não queria interferências, não esperadas e não calculadas no fundo da pose escolhida.
 
RN 10/10/15

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Os Grandes legados da Copa


Os Grandes legados da Copa

 

PDF 497


 

A Copa terminou e não foram encontrados os legados prometidos que seriam deixados, muitos foram postergados para as olimpíadas, outros foram ocultados. Mas surgiu uma crise dita como internacional. E perdeu-se no noticiário os investimentos do PAC, um dinheiro que surgiu do nada para preparar o Brasil para o mundo, um Brasil capaz de sediar uma Copa. Modificações urbanas serviram para o melhor deslocamento de comitivas e turistas. Terminada a Copa restabelece-se o caos, com o trânsito caótico.

 

Uma sequência de textos, na época da Copa foram escritos e publicados, com o título de “Os maiores legados da Copa”. Textos para serem lembrados.

 

 

 

O maior legado da Copa


 

Nos últimos anos o Brasil tem passado por transformações antes nunca vistas, e em curto espaço de tempo. O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC vem acelerando ações e investindo dinheiro nas mais diferentes áreas.  

Uma verdadeira faxina e maquiagem vêm acontecendo para receber as visitas que avisaram sua chegada de última hora. Reformas de adequação e ampliação em aeroportos se tornaram necessárias. Acessibilidade e facilidades de deslocamento em grandes centros, ampliando e investindo no transporte público dos centros urbanos. 

Alguns apagões motivados por excesso de demanda, falhas no fornecimento e stress no sistema de distribuição, deixaram diversas cidades e estados às escuras. E agora todas as obras, novas e recentes, para receber os convidados possuem sistema de ar condicionado. Rodoviárias, aeroportos, estações de transferências nas vias urbanas e metrôs são as obras de responsabilidade do setor público. Shoppings, lojas e restaurantes, obras de responsabilidade do setor privado, aliado a grande oferta de imóveis novos. A acessibilidade climática para povos de zonas frias e temperadas, para que não sintam diferenças ou desconfortos na zona tropical. 

Cursos gratuitos de capacitação para taxistas, setores ligados à alimentação e gastronomia, bem como outras profissões ligadas ao turismo foram oferecidos pelo Sistema S. Jovens ofereceram-se como voluntários e foram cadastrados e capacitados, para fazer o receptivo das delegações, turistas e torcedores.

O esporte tido como preferência nacional tem mudado sua performance, reformando estádios e buscando um melhor desempenho no quesito conforto do torcedor. O país não tem mais estádios de futebol, agora possui Arenas, que a princípio são locais onde poderão ser realizadas partidas de futebol. Esta é a expectativa para a Copa do Mundo 2014 a ser realizada em território brasileiro. Depois da Copa deverão vir novas finalidades, e novas responsabilidades sobre os espaços de arenas. 

O país se prepara para receber visitas, turistas de todo o mundo aproveitarão as partidas de futebol para conhecer, visitar e revisitar o país. Um grande movimento interno também deverá acontecer com migrações internas entre cidades sedes dos jogos. Estruturas e infraestruturas serão colocadas à prova. O uso intenso de corredores rodoviários e aéreos poderão definir novas necessidades de transporte de passageiros como o ferroviário e o marítimo, tal como acontece na Europa. O MERCOSUL poderá perceber novas necessidades econômicas e viárias. 

Uma novela que foi produzida mostrando belezas naturais e reservas minerais, já foi exibida no Brasil e deve estar circulando o mundo pelas TVs e computadores via internet. A novela criou uma cidade fictícia juntando paisagens próximas ao ponto de grande importância na última Grande Guerra (Natal/RN).

Um movimento ocupou os espaços públicos do mundo depois da virada do século. Estudantes brasileiros foram às ruas pedindo melhorias no transporte e na educação, sem um bom transporte não se chega a universidade. Por outro lado, parcerias estaduais e federais formaram frotas de veículos escolares facilitando o acesso escolar. 

Jovens organizam-se pela internet para promover encontros e manifestações mostrando que estão em dia com a tecnologia e a mobilização. Alguns destes encontros estão preocupando administrações shoppings que vêm nestas ações de furtos e arrastões. 

A política está em crise colocando os poderes executivos e legislativos contra a parede para que tomem atitudes em defesa do cidadão, do contribuinte e do eleitor que prometem uma revanche nas urnas. E o efeito facebook tem tido mais efeito que a satisfação de sediar uma Copa do Mundo. O povo começa a entender que pão e circo é o mesmo que cesta básica e futebol.

O maior legado da Copa não deverá ser as facilidades e mobilidades urbanas, promovidas e realizadas em função da Copa 2014. Mas uma nova visão de mundo e de comportamento. Um exercício de cidadania que estrangeiros deverão deixar aos brasileiros quando aqui desembarcarem, exigirem e defenderem os seus direitos garantidos por acordos internacionais. E aqui exibirem seus deveres de cidadania de um mundo mais antigo, mais respeitado, mais civilizado e mais organizado.

  

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 17/12/2013

Enviado ao O Mossoroense.

 

 

Os maiores legados da Copa (parte 1)



 

Nos últimos anos e mais intensamente nos últimos meses, o país vem passado por transformações e mudanças, antes nunca vistas, em um curto espaço de tempo. O Programa de Aceleração do Crescimento ou PAC, vem acelerando ações e investindo recursos nas mais diferentes áreas.

Verdadeiras faxinas e maquiagens, em ruas, esquinas e avenidas, das grandes cidades vêm transformando e transtornando a vida de seus munícipes, com as obras acontecendo para receber as visitas que avisaram sua chegada de última hora. Governantes, gestores e administradores dizem que brasileiros deixam tudo para a última hora, fatos que acabam se tornando uma verdade e uma justificativa para atrasos, falhas e incoerências.

Agora acompanhamos obras, dos gestores e administradores públicos, feitas como que às pressas para deixar cidades prontas, adequadas e adaptadas para estrangeiros e visitantes. Obras para ingleses verem, que cumprimos prazos e promessas. Obras com falhas no planejamento, no desenvolvimento, nas conferencias e nos atos e agilidades. Atrasos na liberação ou no repasse de verbas, ou burocracias para empréstimos financiadores.

Reformas de adequação e ampliação em aeroportos se tornaram necessárias. Acessibilidade e facilidades de deslocamento em grandes centros, ampliando e investindo no transporte público dos centros urbanos. Ligações entre aeroportos, hotéis e arenas também sofrem com mudanças de transito e adequações.

Um tripé forma uma base com equilíbrio, e a triangulação aeroportos, arenas e hotéis buscam seus equilíbrios em meio ás cidades com crescimentos e estruturas desordenadas. O tripé da Copa procura lugares para se fincar em meio a uma confusão urbana. Não há respeito pelas ruas e calçadas, cada qual busca marcar seu espaço físico para estacionar e para se deslocar, com as desculpas de que vivemos no Brasil, e não se pode respeitar todas as regras e leis.

A comunicologia está impressa nas ruas e nas calçadas, em asfalto e placas, em sinalizações verticais e horizontais. Cruzamentos com semáforos, em vias urbanas há muito tempo já possuem uma área de interseção quadriculada para mostrar que não é permitido parar veículos naquele espaço, independente da preferência de transito, ou sinal livre para trafegar. Vagas para idosos e deficientes são desrespeitadas por aqueles que possuem outras deficiências, de cidadania, de capacidade de interpretação, de idoneidade, e de respeito ao próximo.

Espaços públicos de lazer e esportes estão sendo construídos nas periferias de cidades sedes. Feriados e pontos facultativos estão sendo programados. Alternativas de diminuir o volume de pessoas nos espaços onde circularão esportistas e desportistas, turistas e grupos receptivos.

Cidades sede na Copa 2014 deverão ter experiências e vivencias com outras culturas, outras educações e formações. Exemplos de cidadania e respeito deverão ser deixados pelos povos do primeiro mundo. Visita insatisfeita não volta onde não é bem recebida.

O Direito Internacional deverá ser aplicado pelos cidadãos estrangeiros que aqui desembarcarem vindos de outras terras, onde o conhecimento de cidadania é maior e mais avançado. Este direito internacional deverá ser respeitado, entre países que tenham acordos internacionais, de respeito mútuo aos seus cidadãos estando em outros em solos tal como em seus países de origem.

Estarão presentes no Brasil, países mais antigos historicamente, com populações constituídas de faixa etária mais avançada. Donos do poder político, do poder bélico e do poder econômico do mundo. Os berços das civilizações e do direito.

 

 

Os maiores legados da Copa (parte 2)



O Brasil conviveu ultimamente com alguns apagões, motivados por excesso de demanda de energia elétrica, falhas no fornecimento, stress no sistema nacional de energia elétrica. Ofertas e demandas não se equilibraram, os blecautes (black out), deixaram diversas cidades e estados às escuras por várias horas. Falhas no sistema anunciaram problemas a serem solucionados: aumento de oferta, melhora na distribuição e analise de consumo.

O litoral do nordeste brasileiro investe em energia eólica, mas a energia produzida ainda encontra dificuldades em entrar no sistema nacional, por falta de redes de transmissão, falta de investimentos e planejamentos. Enquanto isto torres continuam sendo instaladas cumprindo cronogramas.

A sociedade brasileira como um personagem de Cervantes luta com estes moinhos de vento endeusados, que giram sem ter sua energia produzida aproveitada. Enquanto estrangeiros estão no processo de transferência de tecnologia eólica, participando dos workshops que formam redes cooperativas de tecnologia e pesquisa em energia eólica, integrando setores. Eventos produzidos e promovidos por órgãos governamentais: Sebrae, Fapern e CNPq.

O uso de energias denominadas como limpas e alternativas, não só diminui o impacto ambiental, e a degradação do ambiente, bem como deixam os países que detém a tecnologia da energia atômica, com menos preocupações, evitando o surgimento de um novo concorrente. O uso das energias renováveis produz ao primeiro mundo comodidades e confortos, evitando conflitos políticos, econômicos e bélicos. E quem sabe promovendo confortos turísticos no presente e econômicos no futuro.

As tomadas elétricas para aparelhos elétricos e eletrônicos no território brasileiro foram modificadas atendendo as novas normas ABNT. Todas as obras novas, recentes reformas e modificações, se adequaram para receber os convidados da Copa 2014 e em breve futuro as Olimpíadas. O país está de black-tie, com tomadas brancas e fios pretos. Instalações residenciais e comerciais possuem tomadas novas, justificadas pela maior segurança, para que os convidados possam trazer seus computadores pessoais.

Processos de gestão da qualidade (GQ), onde se está sempre em busca da qualidade e perfeição, e estas estão sempre em outras mãos, aquelas que detêm o conhecimento e a tecnologia. Efetuar um processo de GQ requer enxergar um futuro, determinar de onde se quer partir, e aonde se quer chegar, do start ao finish. E para isto é necessário um leque de informações e conhecimentos.

Espaços de acesso público possuem redes de Wi-Fi e sistema de ar condicionado. Uma climatização para evitar danos pulmonares e danos computacionais, aos aparelhos produzidos em zonas frias e temperadas, e seus proprietários. Precauções para não se incompatibilizem com o clima, adquirindo viroses da zona tropical. No passado os imigrantes sofreram com doenças tropicais, agora prevenidos preparam o ambiente para suas extensões corporais, como seus computadores pessoais.

As arenas (antigos estádios), rodoviárias e aeroportos com espaços climatizados receberão turistas internos e externos. Estações de transferências nas vias urbanas e metrôs são obras de responsabilidade do setor público com climatização e Wi-Fi. Shoppings, lojas e restaurantes, são obras de investimento, interesse e responsabilidade do setor privado com ambiente agradável, iluminação, conexão e climatização. A acessibilidade climática para povos de zonas frias e temperadas, para que não sintam diferenças ou desconfortos na zona tropical.

Torcedores e turistas embarcarão em regiões mais frias, viajarão em aviões e navios climatizados, e querem assistir os jogos em ambientes agradáveis e limpos. A embaixada da FIFA exige, e em cada arena irá reinar as regras da FIFA, tal como uma embaixada, nos campos e nas arquibancadas, em toda a arena.

Ambientes agradáveis com iluminação e climatização estão aliados a grande oferta de imóveis novos, que quando ocupados deverão aumentar, e muito, a demanda de energia. Outras modalidades de energias ainda não estão totalmente interligadas ao sistema nacional de distribuição. A energia hidrelétrica produz inundações de áreas ainda não exploradas e não demarcadas. Uma crise com conflitos já invade áreas indígenas, tribos já perderam suas aldeias por inundação.

A energia atômica em Angra é sempre uma preocupação de usos e desusos. A presença de estrangeiros provocará um processo de tomada de decisão.

 

Os maiores legados da Copa (parte 3)


 

Cursos gratuitos de capacitação para taxistas; aos setores ligados à alimentação e gastronomia, e bem como à outras profissões e atividades relacionadas ao turismo foram oferecidos pelo Sistema ‘S’. Jovens ofereceram-se como voluntários, foram cadastrados e capacitados para fazer o receptivo das delegações, turistas e torcedores.

O Brasil não se prepara simplesmente para a Copa 2014, mas para as Olimpíadas, e mais algum outro grande evento que venha acontecer, como a vinda do Papa, que já esteve no Brasil em 2013 e pode voltar, tendo em vista ter encontrado aqui uma Igreja jovem, com condições de fortalecer o catolicismo. 

O país sempre foi um ponto estratégico: uma escala do caminho marítimo para as índias no ano de 1500; na 2ª Guerra como Trampolim da Vitória; no caminho do hemisfério Norte para a ocupação do território Antártico; e agora no caminho do futuro, para o espaço sideral. Segundo informações no blog da secretaria de comunicação de Natal/RN, a cidade é um dos quatro pontos geográficos mais estratégicos do mundo, pela visão do departamento de guerra americano.

O Brasil prepara-se para receber aqueles que desembarcarão, mas não embarcarão de volta aos seus países, cidades e continentes, fixarão residência aqui, com novas ideias e novos conhecimentos.

Mestres, doutores e causídicos, com seus títulos acadêmicos respaldados por instituições, falam de estatísticas e percentuais esperados na balança comercial como saldos positivos para 2014. Discursam a acessibilidade automobilística como um grande legado da Copa, dando a entender que todos possuem carros e precisam se deslocar com mais facilidade. Esquecendo o direito primitivo que usa a cronologia tecnológica, a cronologia das invenções, dando preferências e prioridades nos deslocamentos. 

Ao cruzar vias e destinos, tipos diferentes de transportes, devem ser criadas regras para uns e para outros, respeitando-se entre si, por suas prioridades, necessidades e velocidades. Valores comerciais e econômicos, valores de cargas e de passageiros, valores simbólicos, valores incalculáveis como a vida de cada um. 

Ruas e corredores, avenidas e calçadas, vias exclusivas e inclusivas, espaços disponíveis para circulação por diferentes trações, queimando açúcar em processos mitocondriais ou combustíveis fósseis em motores à explosão. 

Espaços baseados no desenho universal designam caminhos e vias a pedestres, bicicletas, trens, veículos automotores, e até aviões. O ato de caminhar do homem é o deslocamento primitivo que antecede ao uso do cavalo e da charrete. A tecnologia primeira criou a máquina a vapor que foi largamente utilizada em ferrovias. Depois criou o motor à combustão, ainda utilizado nas rodovias, o carro elétrico ainda não é amplamente utilizado nas vias públicas. 

Alguns patrulhamentos e pequenos deslocamentos com carros elétricos já são feitos em parques, shoppings e aeroportos, circulando em meio a transeuntes, com espaços e velocidades limitadas, respeitando aquele que caminha a pé e tem prioridade dentro daquele espaço. 

Historicamente cada tipo de deslocamento motorizado tem a sua prioridade perante uns e respeito a outros. Um avião tem um valor econômico e comercial muito maior que um automóvel, e para isto aeroportos localizados em grandes centros urbanos possuem viadutos onde transitam aeronaves taxiando, dando passagem aos veículos por baixo da pista. Ferrovias tendem a trafegar sobre viadutos ao cruzar as vias urbanas, principalmente as ferrovias de carga que possuem grandes comboios com velocidade reduzida e enorme quantidade de vagões.

Em vias urbanas devem ser construídas passarelas e passagens subterrâneas para pedestres, e na impossibilidade destas alternativas, deve haver semáforos e faixas para travessias de pedestres, para ser respeitadas pelos veículos, onde o condutor antes de dirigir é um pedestre como todos os outros. E muitas vezes transitam ocupando um veículo em uso individual, diante de dezenas de pedestres atravessando uma avenida. 

Calçadas são disputadas por carros e pedestres. As calçadas ou passeio por lei devem possuir espaço suficiente para pedestres e cadeirantes, e nos seus limites com a via destinada e apropriada a veículos automotores, uma faixa guia, para deficientes visuais. As faixas amarelas com relevos, não simplesmente para deficientes visuais, são de cor amarela e continua, para alertar e lembrar aos motoristas que uma faixa contínua ao longo da via indica que não é permitido estacionar, como também não é permitido estacionar sobre a faixa, permitindo a qualquer pedestre a travessia da pista em qualquer ponto da guia. 

A acessibilidade é um direito de todos e deve ser instituída, praticada e construída antes da mobilidade urbana, projetando e construindo a cidadania, nos espaços públicos.

 Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 05/01/2014  

Texto escrito para:   Jornal de Hoje – Natal/RN    

 

 

 

 

Os maiores legados da Copa (parte 4) 


Empresários estão cautelosos com seus investimentos, em função dos futuros acontecimentos, aos rumos da economia e do Brasil depois da Copa do Mundo e das eleições de 2014. Também existe uma grande preocupação de quem está no poder, seu futuro está em jogo. O governo e os governantes estão sendo criticados e julgados. Grupos defendem a retomada do governo e do poder pelos militares. Diante de tantas especulações e previsões só o tempo tem a resposta.

Apenas um fato é certo: é necessário investir em educação, e empresários do ramo estão vislumbrando um aquecimento do mercado educacional, enxergam lucros em seus comércios. Educação se torna um bom negócio, e como tudo termina em pizza, onde a massa é a mesma e só muda a cobertura, as faculdades remexem e misturam professores e disciplinas criando novos cursos, acomodando, cozinhando e assando os alunos no mesmo espaço. Coberturas que encobrem a mesma massa básica feita de farinha e água, modelada e assada em forma de disco. O futuro onde cada um criará a sua profissão está cada vez mais perto. Pizzarias já montam a pizza ao gosto do freguês, que escolhe os ingredientes. 

Faculdades particulares primeiro se reuniram para formar centros universitários e universidades. Grupos universitários apresentam-se mostrando diversas logomarcas procurando uma dar sustentação a outra, embora sejam controladas por um grupo formado pelos mesmos, e até liderado por uma mesma pessoa como acionista majoritário e controlador. Estratégias de marketing maquiando estratégias administrativas. 

Cursos superiores tornaram-se um grande negócio para vender um produto que a sociedade é convencida de não possuir: saber e conhecimento. Com estratégias de exemplos silviossantistas. Como a história épica do menino pobre que sai do sertão torna-se engraxate e transforma-se em um grande empresário à custa de seu esforço e sacrifício. As mesmas estratégias de marketing utilizadas em net work.

Universidades particulares fizeram convênios com instituições internacionais, com franquias e chancelarias. As universidades federais e estaduais fizeram acordos e parcerias com instituições diversas do mundo criando grupos internacionais e multinacionais, como o Grupo Coimbra. Parcerias que se comprometem reconhecer entre si: diplomas e certificados, seus saberes e seus conhecimentos. Promovem cooperação nas áreas da ciência, tecnologia e inovação, fomentando e investigando.

Cada instituição buscando agregar valores a seus nomes e professorados. Buscam um reconhecimento internacional para criar intercâmbios para professores e alunos. Implantam um oligopólio, agregam logomarcas a seu marketing fazendo merchandising em outdoors e busdoor.

Para as escolas, faculdades e universidades vão valer as leis de mercado: lei da oferta e procura, e a lei da concorrência. Instituições de ensino para continuar no mercado da educação terão que fazer o dever de casa, aplicar aquilo que ensina, insiste e cobra do aluno: inovação e criatividade. Sair do modo econômico e imprimir em modo otimizado a sua função, de formar e informar. Evitando assim a necessidade de utilizar uma nova ferramenta de gestão, o termômetro de Kanitz. 

Visões e missões não foram criadas para colocar em um quadro bonito na parede de entrada, para que o cliente veja ao entrar. Visões e missões formam um conjunto, uma busca de resultados, um caminho utópico e sem fim, no caso aqui, uma escola a ser melhorada a cada semestre. A busca do melhor, do inovador, o diferencial. Melhor não apenas no conhecimento oferecido, mas principalmente as condições que este conhecimento pode e deve ser oferecido. 

Um dos grandes legados da Copa vai ser a nova maneira de ver o mundo, uma visão deixada pelos estrangeiros que aportarão em nossas terras. Poderemos ver ombro a ombro, in loco, como eles enxergam o mundo, a sociedade e a cidade. E um consumidor mais exigente surgira, um consumidor cidadão respeitando a si e principalmente ao próximo.  

 Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 18/01/2014  

Texto escrito para:   Jornal de Hoje – Natal/RN  

 

Os maiores legados da Copa (parte 5)  



O conhecedor de línguas e pensador Vilém Flusser, segundo Erick Felinto e Lucia Santaella (Vozes, 2012) foi um explorador de abismos. Nascido em Praga em 1920 viveu no Brasil, casou no Rio de Janeiro e morou em São Paulo, mais tarde voltou a Europa e faleceu na França em 1972. No entendimento de Flusser o futebol é uma instituição importada e financiada pela burguesia com a finalidade de dirigir as energias para canais inofensivos e sustentadores de uma situação.

O esporte tido como preferência, e referência nacional tem mudado sua performance, reformando e transformando estádios; buscando um melhor desempenho e qualidade no quesito conforto dos jogadores e torcedores, imprensa e convidados especiais. O país não tem mais estádios de futebol, vem perdendo sua memória esportiva formada por estádios e campos, ícones do futebol foram demolidos.

O brasileiro alienou-se de sua realidade porque não conseguiu firmar-se em nada, disse Flusser. O Brasil foi descoberto e colonizado por estrangeiros entre invasões e expulsões. Depois vieram novos estrangeiros como imigrantes e mão de obra após a abolição dos escravos. Já tivemos presença marcante de americanos durante os períodos de guerras, não só com ponto estratégico do Trampolim da Vitória, mas com missões da ONU em outros países e treinamentos militares das FFAA (forças armadas).

Agora com Copa do Mundo e com novos portos e aeroportos teremos presença de turistas, torcedores, jogadores e profissionais do futebol. O coaching presença obrigatória nos times e jogos de futebol, já se faz presente como treinador de carreiras e profissionais.

O Brasil possui agora Arenas, que a princípio são locais onde poderão e deverão ser realizadas partidas de futebol. Espaços construídos para abrigar torcedores e jogadores de um primeiro mundo. Seleções de futebol que representam países em uma competição é um critério de escolha dos melhores, a oportunidade de fazer um marketing pessoal e coletivo. Um campo de batalhas sem armas, apenas jogadores como símbolos de ataque e defesa com chutes em uma bola substituindo os tiros de canhão. Volantes em campo lembram os volantes de policiais que adentravam a caatinga e o sertão na época do cangaço.

Com gestões e indigestões, organizadores do campeonato mundial, exigiram qualidade na construção e no acabamento dos espaços desocupados pelos estádios e transformados em arenas. Empresas portadoras de qualidade ISO e NBR foram contratadas para construir arenas, e estas por sua vez, com regras ABNT e RH, exigiu qualidade e capacitação de seus funcionários e fornecedores, com adequação de normas e procedimentos. Por fim a FIFA tomará posse das arenas e administrará impondo regras durante o primeiro tempo, segundo tempo, intervalos e prorrogações. Somente no terceiro tempo os brasileiros retomarão a posse do campo.

Enquanto brasileiros estão em outras dependências da casa, um grupo na cozinha preparando uma gastronomia internacional requintada e outro grupo no quintal jogando uma partidinha de futebol, aguardando novas ordens, um público seleto estará na copa desfrutando de um aparelho público com mobiliário novo e requintado. Um público recebido com honras nas salas de desembarque dos novos portos e aeroportos.

O governo junto com as FFAA já preparou um documento regulamentando a segurança, viveremos estados de sítio e estádios da FIFA. A segurança dentro das arenas e seu entorno estará garantida. Na periferia outras forças podem dominar territórios.

Arenas foram inauguradas oficialmente sem o habite-se e vistoria dos bombeiros. Jogos estão sendo realizados sem a total capacidade e com vistorias parciais dos órgãos competentes, a ART do CREA e a arte dos governantes. Estratégias de avaliação das estruturas e facilidades de acesso e fuga, com jogos e públicos locais.

Depois da Copa deverão vir novas finalidades, e novas responsabilidades sobre os espaços de arenas. Novas disputas nas arenas acontecerão. Esta e a expectativa para a Copa do Mundo 2014 a ser realizada em território brasileiro.

 

Os maiores legados da Copa (parte 6) 



O país se prepara para receber visitas. Turistas de todo o mundo aproveitarão as partidas de futebol para conhecer, visitar e revisitar o país. Um grande movimento interno também deverá acontecer com migrações internas entre cidades sedes dos jogos. Estruturas e infraestruturas serão colocadas à prova. O uso intenso de corredores rodoviários e aéreos poderão definir novos meios e necessidades de transporte de passageiros: como o ferroviário, marítimo e fluvial; talvez o lacustre, tal como acontece na Europa. O MERCOSUL poderá perceber novas necessidades econômicas, monetárias e viárias.

Uma novela foi produzida mostrando belezas naturais e reservas minerais. Já foi exibida no Brasil e deve estar circulando o mundo, pelas TVs, e em computadores via internet. A novela criou uma cidade fictícia juntando paisagens e personagens, criou cenas e situações, em regiões próximas ao ponto de grande importância na última Grande Guerra. Um ponto que continua sendo estratégico, com reservas minerais, próximo à linha equatorial, o limite dos hemisférios.

Um movimento popular ocupou os espaços públicos do mundo, no hemisfério Norte o Movimento Occupy, depois da última virada de século. Hoje a população brasileira ocupa as ruas exigindo aquilo que acha serem seus direitos. Estudantes brasileiros foram às ruas pedindo melhorias no transporte e na educação, sem um bom transporte não se chega ao conhecimento. Estudar requer estratégias de investimento e deslocamento, o homem é nômade por natureza.

Por outro lado parcerias municipais, estaduais e federais formaram frotas de veículos escolares, com um estilo americanizado, facilitando o acesso, o caminho da escola. Incentivos educacionais e temporais facilitam o acesso ás universidades. O país tem pressa em colocar seus alunos na escola, é preciso impressionar as visitas.

Jovens organizam-se pela internet para promover encontros e manifestações mostrando que estão em dia com a tecnologia, opinião e mobilização. Alguns destes encontros estão preocupando administrações de shoppings que vêm nestas ações de furtos, vandalismo, arrastões e confusões. Situações de pânico que testam e treinam seguranças e vigilâncias para a Copa, em espaços públicos e privados.

A política está em crise colocando os poderes executivos e legislativos contra a parede para que tomem atitudes em defesa do cidadão, do contribuinte e do eleitor que prometem uma revanche nas urnas. E o efeito Facebook tem tido mais efeito que a satisfação de sediar uma Copa do Mundo. O povo começa a entender que “pão e circo” é uma expressão temporal e tem um mesmo sentido que cesta básica e futebol.

Universidades oferecem cursos cada vez mais especializados, com mestrados e doutorados, justificando a necessidade do conhecimento e velocidade das mudanças do mundo com informação. Argumentam que existe uma rápida evolução da ciência e da tecnologia, a complexidade da sociedade moderna.

Uma contradição de velocidades, dois pesos e duas medidas, se os recursos humanos não se capacitam diante uma sociedade complexa e exigente, os recursos humanos formadores e transmissores de conhecimento que são sistemáticos e progressivos não permitem montar grades curriculares e um corpo docente para criação de novos cursos a novos discentes.

Bauman, sociólogo contemporâneo, já afirmou que vivemos uma sociedade líquida, mundos líquidos onde tudo e todos se misturam com facilidade. Se a sociedade é liquida, a denominada academia se enxerga sobre a sociedade como o óleo sobre a água, não se misturam. È necessário ser mais viscoso para agregar partículas e conhecimentos, sair da densidade um, vivemos a Era do conhecimento. Zygmunt Bauman critica a academia e defende a literatura como forma de conhecimento.

O maior legado da Copa não deverá ser as facilidades e mobilidades urbanas, promovidas e realizadas em função da Copa 2014. Mas uma nova visão de mundo e de comportamento, que já vem mudando. O mundo acabou em 2012, vivemos agora outro mundo.

 

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Em 03/10/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
 
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