domingo, 26 de julho de 2015

A Lua


A Lua
 
 
 
 
 
Primeiro poetas pensaram poder praticar puras palavras;

Poemas, poesias, prosas, palíndromos;

Pintar, placas, partituras, plaquetas.

Primeiramente, pelas primas palavras pertencentes, presentes, parentes pelos Ps;

Particípio, passado, presente;

Porém poucas palavras pertenciam primatas povos primitivos. Primeiros povos paridos;

Pontos particulares. Pontos prismas;

Poetas participam, primeiro paradigma;

Paradigmas precisam poder partir, pular; paginar.

Perambular, por próximas paradas, próximos paradigmas.

 

Pelos pontos pintados plasmados.

Primeiras principais palavras povoaram pensamentos povos primitivos;

Primeiras palavras primitivas pertenceram, partindo pela prestação, pelos pontos pintados, pelos planos plasmados; pela platina presente;

Pela prima parente, Plêiades, Plutão.

 

Crescente, cheia, coroada, carente;

Coberta, com chuva, com chuvisco;

Coberta, Cirrus, Cúmulos, chamados carneirinhos;

Com corpos celestes, criaram caminhos;

Com chuva, começaram, cativar, cultuar cavernas;

Cometas com caudas chegaram carregando catástrofes.

 

Cultuaram. Captaram criatividade, conhecimento;

Contaram cheias, crescentes, criaram contas;

Com criatividade criaram calendário;

Cultivaram capins, centeio, cereais, cítricos.

 

Caminharam, caminharam, criaram calos, calosidades, calcâneo, costuraram chinelos;

Caminharam, caminharam, com chuva, chinelo, criaram camisas;

Cataram, colheram, cereais, criaram cestos;

Camisas, camisas, camisas. Criaram, casaco, capa, cobertor.

Com cordão, costuraram: casacos, camisas, chinelos.

Comeram cascas, cupins.

Curumins.

 

Caçaram, comeram carne crua, com carvão comeram churrasco;

Com condimentos conhecidos, criaram conservas;

Colorau, cúrcuma, curry, canela, cominho.

Com carne conservada, criaram coragem, conheceram caminhos, caminhos.

Construíram canoas, chegaram córregos, cachoeiras, corredeiras.

Com chapas, chaleiras, começava cozinha. Canto com comidas, caprichos, comidinhas.

 

Com cabeças criaram chapéus, coroas;

Couro cabeludo, criaram carrapatos;

Comeram carpas, camarões, caranguejos.

Criaram cavalos, camelos; criações com chifres.

Com cordas capturaram, cativaram, cavalos.

Com couros, criaram curtumes. Confeccionaram chibatas, chicotes, cabrestos.

Criaram carroças, charretes, caravanas. Criaram costumes. Criaram comércio.

Construíram cercas. Criaram: cabras, carneiros, cabritos.

Construíram, casas, cabanas, coberturas, casebres;

Chalés, Casas, chaminés. Copa, cozinha. Copos, chaleiras; chá, café; coador, colher.

Casas cercadas, conforto, conjuntos, condomínios.

Criança confusão: chiqueirinho, cercadinho, chupeta.

 

Conselheiro, Cambaio, Canudos;

Capitão, canhões, catraias, combates;

Capitão cangaceiro, cangalhas, cartuchos, cartucheira, capangas.

Caatinga: cabaças, cacimbas;

Carne conservada, charque;

Criaram comunidade, crença, comunhão, comunismo;

Como Cristo cristão, cristianismo.

Controles comboios, colunas: comandantes, capitães, cabos, cornetas.

 

Com crença: comunhão, crisma, casório, casamento, celebração;

Conheceu, criou, ciência, combustíveis, criou carros, caminhões;

Cargas, contêineres, caminhões, cavalos, cabines, carretas;

Com ciência, conhecimento, consultório, consulta clinico cardiologista;

Chegando centenários: comprimidos, cardiopatias, cacofonias, cacoetes;

Chatos, carrapatos, cultuam, criam confusão. Casuais, cerebrais.

 

Capacitados, cerificados. Criam conhecimentos, certificações;

Cadernos, canetas, cadernetas.

Caminhamentos, critérios, cerimonias, coroamentos, capas, cintas, capelos.

Conhecimentos criam cursos com concursos.

 

Cheques, compensação, conta corrente;

Caixa, capital, custos, câmbio;

Conhecimento, certificação;

Criaram capitalismo.

 

Com cantorias, canções, chegaram: cachaça, conhaque, cigarro, charuto, cachimbo.

Continuaram casaram, cela, cemitério, caixão.

 

Carta, Cabral, Cabrália, Caminha.

Caravelas, catequese; colônia.

Capitanias, capitães, capitais.

Colombo, Católicos, Colômbia.

Cuba, Chile.

 

Collor, Constituição, coxinha.

Coletânea construindo conhecimento.

 

 

Texto disponível em:


 

Os poetas e as fotografias, entre papeis e peles diferentes.


Os poetas e as fotografias, entre papeis e peles diferentes.  
 
Créditos da imagem
 
Os poetas e as fotografias, entre papeis e peles diferentes. Um documentário de poetas vivos, de filhos da arte.
 
 
Um grupo de poetas reviraram seus melhores textos. E dentre seus melhores textos, escolheram os melhores versos. Com seus melhores versos podem ter escolhido os melhores fragmentos. Pois com os melhores fragmentados escolhidos tentariam novas ideias. Preferiram agora buscar outros suportes de mídias para reescrever o que encontraram de melhor, dentre os melhores fragmentos sensuais de seus textos em versos. 

Se antes escolheram o papel com suporte de mídia, continuaram com a opção do papel, mas junto com os fragmentos de seus versos ia agora uma fotografia impressa no mesmo papel, uma nova releitura de seus versos, os seus reversos. Uma estratégia midiática de mostrarem que não são poetas que deixam seus textos escritos em papeis póstumos. Mas de mostrarem o quanto estão vivos, e que são filhos da arte.

Na fotografia escolheram corpos humanos para escrever suas poesias. Na falta e espaço no corpo humano só puderam escrever fragmentos de seus melhores versos com uma caligrafia, que pudesse ser ao mesmo tempo em que fosse legível, caber visível em uma fotografia, ampliada e emoldurada. Com a carência de partes e membros do corpo humano onde pudessem colocar seus fragmentos de versos, foi preciso despir as roupas do corpo do modelo fotográfico, utilizando agora de outro argumento na poesia, a sensualidade na fotografia. Se os fragmentos de seus versos eram sensuais, lógico que poderiam combinar com fotos sensuais. Esta foi uma concepção inovadora de suas novas ideias. Despidas de preconceitos e roupas, fragmentos de versos foram escritos em fragmentos de corpos, sem aulas de biologia ou anatomia. Buscaram apenas uma fisiologia estética que coubesse e combinasse um cruzamento genético, de poesia e fotografia.
Escolheram seus próprios versos, e talvez seus próprios corpos. Escolheram uma parte do corpo, onde escreveram fragmentos de suas poesias. Fragmentos sensuais que combinassem com a sensualidade do corpo que agora ia fazer parte de uma fotografia. Cultivaram um pari passo da escolha dos versos à escolha de um modelo e de uma fotografia.

Escolhidos os versos e os corpos, a posição dos versos e a posição dos corpos entrava agora o trabalho do fotógrafo. E o fotógrafo com uma câmera na mão escolheu uma melhor posição. Para os poetas terminara o lambe-lambe de suas próprias crias, entrava o lambe-lambe do fotografo, com uma nova cria. O que eram seus versos e seus corpos passou a ser o olhar do fotografo, estampado em uma fotografia. O olhar de sua câmera e de sua lente, com sua técnica e precisão, a hora certa de um click. O olhar de seus olhos: a escolha da iluminação e do enquadramento com alguns resultados de fotos estampadas em colorido, em sépia ou preto e branco, nublado ou enfumaçado. 

Ainda que o fotógrafo dispusesse varias fotos, em varias cores e diversos tons de cinza, vários tamanhos, e vários enquadramentos com diversas exposições de luz, para os poetas escolherem o que combinava melhor os seus versos. Passaram agora a olhar para os próprios versos com a reescrita do fotógrafo que colocou seus versos e seus corpos em uma nova escrita, uma fotografia. Versos e olhares estavam no papel agora em parceria. A escrita solitária, agora estampada ficou publica em uma fotografia.

E os poetas agora olhando para seus versos escritos em partes de corpos, retratados por fotografia, podem encontrar agora novos olhares e novas poesias. São agora novos poetas que não escrevem seus pensamentos em poesia, mas podem escrever o que alguém escreveu e retratou em uma fotografia. 
Aqui um olhar imaginativo de quem ficou de fora, das escolhas das poesias, das posições dos corpos, e das fotografias. Viu apenas imagens e versos emoldurados, em imagens sem sons e sem movimentos. Corpos estampados em um suporte de mídia, partes do corpo, escritas, tatuadas, rabiscadas. Imagens muito iluminadas ou pouco iluminadas, todas refletidas e estampadas em fotografias, cercadas de moldura, arte e imaginação. A arte que não foi feita para julgar, mas para olhar e admirar. Cada qual enxerga a partir do lugar onde pisa, a partir de uma construção de vivencias e convivências. 

Natal/RN 19/04/15 – Dia do Índio 
Roberto Cardoso
IHGRN/INRG
 
 
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Pausas para uma foto


Pausas para uma foto 
 
 
 
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Um evento é composto de falas, palmas, pausas e fotos. Com as falas vêm as apresentações e as opiniões. De modo comportado normalmente acontecem as reuniões com objetivos particulares e específicos, em locais fechados e reservados, com temas monitorados. Com um respeito mutuo entre os participantes que podem estar atentos e envolvidos pelas palavras e decisões de uma mesa diretiva, todos coordenados por um cerimonialista, ou um presidente da mesa, um chairmam.

O primeiro argumento do homem, para declarar seus pensamentos e suas opiniões é a fala. As falas podem ser associadas a gestos, que suavizam ou enfatizam os argumentos. Daí surgiu os oradores e os trovadores, que com destrezas, declamaram com diversos tons de sua voz as suas opiniões. Os primeiros filósofos davam aulas em oratórias aos seus discípulos. Podiam caminhar pelas ruas observando o céu e a terra, as nuvens e os pássaros, as pessoas e a paisagem. Capturavam imagens com os olhos, e arquivavam na mente. O uso dos sentidos como primeiras estratégias de adquirir conhecimento.

Os que dominavam a estratégia das falas serviram de porta-vozes aos que não tinham a tonalidade da voz e argumentos para emitir as próprias opiniões. Por um tempo demonstrar um conhecimento era a capacidade de reunir ouvintes que se interessassem em ouvir histórias. Histórias fictícias, histórias de saberes e de viagens que relatavam visões e acontecimentos, aos que não foram na determinada viagem. A fala deixou de ser o principal avaliador do conhecimento com a criação e invenção da escrita. A escrita como perpetuação da fala. A capacidade de registrar e arquivar, desde as placas de argila e papiros à descoberta e uso do papel. Professores repetem o gesto de reunir alunos dispostos ao ouvir suas falas. Estudantes com seus cadernos e anotações, perpetuam as falas de seus professores. Os papeis impressos em livros, levam as ideias dos autores que não estão presentes na sala de aula. Os professores restringem-se a espaços fechados para citar conhecimentos herméticos. Poucos são os cursos que admitem trabalhos de campo. Só aos professores é permitido um caminhar pela sala. É com uma prova escrita que alunos criam uma prova de seus conhecimentos.

A questão protocolar das oportunidades para quem deseja proferir palavras em um evento, a um grupo reunido. Os celebrantes ou os cerimonialistas ficam atentos as inscrições para uma fala observando gestos na plateia. Simples gestos denunciam o desejo de falar. Ao levantar o braço, levantar uma mão, ou levantar um dedo discretamente. Um observador de gestos pode entender a força da fala, e a força do desejoso locutor, pela imposição do seu gesto, ou a discrição de seus movimentos e seu olhar. Ai ocorre uma decisão individual e exclusiva do cerimonialista, ou um presidente de mesa, que a plateia não pode perceber, já que estão olhando em direções contrarias. A decisão das prioridades da fala. Uma plateia repete os hábitos aprendidos na escola, um aceno ao olhar do professor, para uma solicitação de permitir suas palavras. O respeito ao professor e ao dirigente da reunião.

O critério protocolar é a ordem de solicitação, para criar a ordem de falação. Terminada a fala surgem as palmas em concordância e apoio a opinião do locutor, de suas ideias, palpites e opiniões. Em ambientes fechados raramente ocorrem vaias. Para acontecer vaias em um ambiente fechado é preciso que o locutor ofenda moralmente uma maioria posicionada.

Depois das falas, depois dos gestos, depois de encerramentos de falas, gestos e reuniões. Momentos para os flashes, a fotografia como perpetuação do momento. Um documento para a posteridade. Mostrar que estava presente naquele espaço, naquele momento, e com aquelas pessoas, falando sobre aquele determinado assunto. O assunto que consta da pauta da determinada reunião. E se estava ali presente é porque contribuiu com a evolução de um conhecimento, do tema em colocado em pauta. O homem enquanto ser animal busca a perpetuação da espécie, enquanto ser intelectual, busca a perpetuação das suas ideias.  

Em 06/05/15 

Roberto Cardoso
IHGRN/INRG Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia 
Desenvolvedor de komunicologia. 

Texto publicado em Kukukaya

http://virtualcul.dominiotemporario.com/kukukaya_maio_jun_2015/kukukaya_mai_jun_2015.html#p=68

Texto disponível em 
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/05/pausas-para-uma-foto/ 








 
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Eternização de um gesto.

Eternização de um gesto.


Créditos da foto:
https://www.google.com.br/search?q=silvio+santos+adeus+hebe&biw=1366&bih=753&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAgQ_AUoA2oVChMI3vyawcv4xgIVwpOQCh3quQ5Y#imgrc=cNc1m_WC5dVUGM%3A

A fotografia é um recurso tecnológico para captação e impressão de imagens. A representação gráfica da imagem visível em um momento, para ser vista e analisada no futuro. Uma fotografia posterga a imagem de um determinado instante, captado por um click, que congela e eterniza os gestos e o tempo. Desde épocas remotas o homem das cavernas procurou deixar suas marcas, suas imagens, suas visões e experiências do dia a dia, registradas nas paredes das cavernas através de desenhos rupestres.

Daguerre no sec. XIX, com seu instrumento rústico deu um passo na captação de imagens sobre uma mídia. Atualmente entrou mais uma palavra no vocabulário fotográfico, o fotoshop, uma fotografia fotoshopada isenta a imagem de deformidades, defeitos e detalhes desinteressantes e indesejáveis. Não representa mais um momento, e sim um desejo. Um desejo do desejável. 

Silvio Santos eternizou um ato, uma marca registrada de Hebe Camargo, um gesto que se tornou famoso em seus programas. Silvio cumpriu um ritual na visão de Bourdieu. Um ritual de passagem um ritual de adeus, com um simples gesto, com um selinho. E nesta imagem congelada de um momento, pode-se confundir a iniciativa, quem estaria dando um “selinho” Silvio em Hebe, ou Hebe em Silvio. O fato, o gesto, já causara polêmica, entre os dois. Certa vez em uma arrecadação de fundos para uma campanha Hebe falou que ofertaria uma quantia maior caso Silvio desse um selinho nela, Silvio aumentou a oferta para não dar o selinho. Dias depois a cena aconteceu desfazendo incômodos e maus entendidos.

Hebe Camargo foi tema de estudos acadêmicos, com seu primeiro grande estudo publicado em 1970, pela Editora Perspectiva de São Paulo com autoria de Sergio Micel, estudioso consagrado, com o título “A Noite da Madrinha” (Jornal de Hoje, Natal/RN em 04/out/12). Moça de origem humilde não ligava para críticas, mas para o público. Foi arrumadeira, fez parte em dupla sertaneja. Participou de programas de calouros no rádio. Destacou-se no cinema, foi apresentadora de TV e empresária. Não tinha uma formação acadêmica. Interrompeu os estudos para ajudar a família, mas recebeu um título de Professora Honoris Causa. 

Para muitos, talvez, Hebe não foi exemplo de sofisticação, tão pouco um exemplo simbólico cultural, já que com sua insuficiência nos conhecimentos escolares, pouco poderia ofertar ao mundo uma menina que não tinha um título universitário, numa sociedade onde o que vale são os diplomas e títulos. O poder simbólico das titularidades. Em outras épocas compravam-se títulos, mas a sociedade instituiu que eles precisam ser alcançados e obtidos por determinação de um grupo seleto e restrito. Foi tema de um estudo em um nível não alcançado por ela.

A menina do interior paulista alcançou um lugar onde raríssimos mestres e doutores alcançaram, e dos que chegarem lá a maioria estará como convidado.  

Nov./2012

. Texto disponível também em:

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5323941

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Roberto Cardoso (Maracajá)
Ativista Cultural   Cientista Social  RM & KRM