sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Cascudos na livraria


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Credito das fotos: Rosa Regis
Mosaico: Roberto Cardoso

Cascudos na livraria
PDF 715

A cultura é uma estratégia de preservação de um grupo, um povo com atitudes semelhantes. Com sua imaterialidade, um conhecimento intangível, com algumas estratégias ela vai se expandindo, envolvendo um grupo com uma atividade conjunta em ação. E o que a ciência não explica, ou seja, com o conhecimento científico não consegue formatar, criar regras ou descobrir uma origem exata, ela denomina de folclore, afirmando ser uma crença.

Um dia existiram fatos que se tornaram histórias; histórias que se tornaram contos e se transformaram lendas. Histórias que foram transmitidas pela oralidade e pela memória, fazendo retiradas ou acréscimos, adaptando-se a um novo tempo. O observador ou relator descreve os fatos e histórias a partir do seu conhecimento. Mas o povo não costuma discriminar a ciência, já que ela pode proporcionar alguns benefícios.

Com gestos e atores sociais, sem ensaios e não coreografados, não formatados, um grupo cria uma identidade com atitudes e gestos. Formada por cantos e danças, enfeites e alegorias. instrumentos diferenciados. Com plantações, criações e alimentação. Do plantio à mesa, seguem varias etapas de comemorações e agradecimentos. Um elo entre o céu e a terra. Um bem imaterial e intelectual, que com garra e luta, mantém sua sobrevivência, passando por gerações. Cultura do povo ou folclore, não importa a denominação, o que importa é a sua resistência, na tentativa de sobreviver. São influenciadas por outras culturas e outros povos. E para uma sobrevivência é preciso  ser cascudo.

Cascudo nas informações e nos conhecimentos, buscando raízes profundas. Cascudo como besouro, que pode suportar uma pressão maior, que outros seres minúsculos. Cascudo como o peixe, que na corredeira dos rios, nadando contra ou a favor da corrente, consegue alimento e abrigo. Cascudo como foi Luís da Câmara Cascudo.

Na semana do folclore, para comemorar o dia do folclore, dois personagens cascudianos entraram em cena, remetendo lembranças a quem é atribuído, uma referencia nacional na pesquisa do folclore. Luís da Câmara Cascudo, o Luís de Natal, o Ludovico

Cascudo cresceu em meio a eventos e festas culturais ou literárias, dentro da própria casa. E neste novo momento para falar de folclores foi na casa comercial dos Azevedos, de pai para filho, na Salgado Filho. E para começar o evento Daliana Cascudo distribuiu alguns cascudos simbólicos. Já que a casa do livreiro, não tinha os livros de voinho. Gutemberg ajudou a dar uma prensa, no livreiro sentado na escada, que leva a uma viagem no tempo. Sons de antigas maquinas de escrever ecoam no sótão da casa.

Daliana pareceu esta bem a vontade, diante de um povo da sua cidade. Revelou curiosidades folclóricas de Cascudo, como fatos envolvendo charutos; bombons Lacta e Roberta Close. A fumaça de cigarros, cachimbos e charutos fazia parte do dialogo com a maquina de escrever de muitos escritores. quem sabe lembranças dos arquétipos das fogueiras. Tal como um índio de cócoras e Cascudo na rede praticando línguas indígenas.

Com o tema folclore na noite, as conversas já começaram nos bastidores. Com o criador do Zé da Gia, Marco Medeiros; e o continuador das aventuras da Emília de Monteiro Lobato, agora por Sebastião Bortoni. E durante o evento tudo foi, por Rosa registrado, a fotografa oficial de todos os eventos, uma nova cidadã natalense.

Na plateia um publico diverso de diversas cidades, em outros estados. Inclusive o gado bovino (PB) vizinho do elefante (RN). O gado bovino com um destaque do cupim nas costas, é  capaz de comer uma campina toda, e das grandes. São outras histórias , tal como a do Elephante.

Alguns acadêmicos potiguares insistem em dizer que Cascudo, quando não sabia determinado tema ou assunto, inventava. Mas fica bem claro que os acadêmicos só utilizam em seus trabalho o que diz Claude Levi-Strauss, já que não admitiriam aceitar a opinião de um conterrâneo. Estão muito bem enquadrados no cartesiano. Ao terminarem o curso não se formam, e continuam na fôrma.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

PRATO DO DIA: Terrorismo à brasileira

PRATO DO DIA:
Terrorismo à brasileira
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Países e estrangeiros preocupados com a integridade moral, física, e vital de seus atletas, dos seus nativos,  e de suas delegações, avaliaram e julgaram que as Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro, poderiam ser alvo de ataques terroristas, assim como outras olimpíadas em seus países, já foram de outras vezes. Temiam ser seguidos por seus arqui-inimigos em outro pais. Medos e disputas de longas datas por longos tempos.

O medo nas ruas, tal como acontece em seus países, onde sofrem sistematicamente. Vez por outra algum pais, uma cidade, uma aglomeração pública, um espaço publico ou privado, sofre um atentado, um golpe denominado como ataque terrorista. E os grupos de atacantes parecem reivindicar os ataques, como sendo de sua autoria. Exercem um ato e assumem a autoria, para que o vitimados relacionem os fatos, seus alvos e seus objetivos.

Os ataques terroristas nos EUA e na Europa, possuem características próprias. Parecem ser alvos escolhidos para que atinjam um grande  numero de vitimas. E cada ataque parece ter um objetivo, uma revolta, uma revanche ou uma represália, com caráter internacional; luta entre povos, separados por histórias e por fronteiras. Os ataques podem ter razões politicas ou religiosas. Realizam massacres fora da zona de guerra. Promovem ataques suicidas se julgarem necessário. Amarram-se em bombas. O suicida perde a vida em nome dos que não morrem, sobrevivem para continuar uma guerra.

Quem está distante do teatro, do palco de guerras, só analisa os fatos pelos relatos em noticiários, sem saber a história e uma realidade. O Brasil conhece o terrorismo pelas noticias que chegam, pelos noticiários de um lado. Não chegam noticias do outro lado, com suas versões e intenções. Não existe uma dialética, somos apresentados a uma dicotomia, em uma história de disputas.

E o Brasil preparou-se para possíveis ataques terroristas contra os estrangeiros visitantes, participantes de uma Olimpíada no Rio de Janeiro, no Brasil de múltiplas origens. Todos aeroportos entraram em sistema de alerta, com maior fiscalização e intensas vistorias. Não só o Rio de Janeiro poderia ser um canal de entrada, de personagens e atividades suspeitas.

O pais juntou esforços possíveis e necessários para proteger um evento de alcance internacional, o Brasil não poderia perder esta luta, a batalha que os estrangeiros temiam e anunciavam. Recebeu profissionais qualificados, por experiências em outros países de ataques, que eles denominam como terroristas.

Juntou suas forças e tarefas. Reuniu uma força nacional, constituída de soldados de diversos estados, com militares, policiais e bombeiros. O principal local a ser escoltado e protegido, seria o Rio de Janeiro, local de concentração de atletas e turistas. A Força Nacional fortalece os estados em casos de extrema necessidade, em situações de paz ou de conflitos.

Cada um sabe onde o calo lhe aperta
Cada povo sabe o terrorismo que mais lhe afeta
Cada um escolhe suas armas e seus sapatos

Assim como o Brasil é um pais resultante de influencias, o terrorismo à brasileira também sofre influencias, de outros povos e outros tipos de manifestações, em enfrentamentos urbanos. Vem acompanhado de táticas de guerrilhas, com ataques surpresa e o uso de coquetel molotov. Costumam promover incêndios, para atrair atenção, criar o medo e uma ocupação. A ocupação de apagar um incêndio, enquanto os elementos se evadem. Podem até criar vitimas para facilitar uma fuga.

Grupos promovem ataques em bens materiais públicos ou privados, Costumam dar uma chance as pessoas que ocupam os espaços. Ordenam que passageiros desçam de um ônibus, ou desocupem um prédio. E até mandam um recado, para o comercio permanecer fechado. Promovem explosões e incêndios em bens materiais. E reivindicam não uma autoria, mas uma regalia, como o uso de celulares no sistema penitenciário. Celulares usados em seus negócios, com venda de armas e drogas. Planejamento de ocupações de novos territórios, para fins comerciais e ataques. Cada grupo tem sempre um rival, ou um grupo concorrente. E cada grupo procura fincar uma bandeira ou implantar suas siglas.

No balanço final pode até acontecerem vitimas, mas o prejuízo maior daqueles que foram atacados, é financeiro ou material. Mas não deixam de ser terrorismo, os seus atos. Vão para as ruas com uma promessa e um objetivo, dita com suas gírias e seus dialetos: se não forem atendidos, “vão tocar o terror”.


Em, 01/08/2016
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
#Maracajá

Roberto Cardoso (Maracajá)
Ex Secretário CCS da 17ª AISP
(Rio de Janeiro-RJ)
Jornalista Científico
articulista e cronista