sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Olhar de Burca (2ª parte)


Olhar de Burca (2ª parte)
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Depois do primeiro olhar, a oportunidade de fazer um outro olhar, uma nova analise daquele olhar. Algo como um café para despertar. Com outros tempos e outros momentos, a elevação de uma fumaça serviria para elevar ideias e pensamentos. Um conjunto de imagens e ideias formou-se ao longo do tempo, a imagem do escritor em seu recolhimento, um conjunto de ideias: uma luminária acesa e uma sombra na parede; um café fumegante com uma fumaça lenta e sinuosa; um cigarro aceso com uma suave fumaça destacada no ambiente, e a velha máquina de escrever. Um escritor datilografando incessantemente, ou o escritor parado observando a sua obra à frente.

Hoje são novos tempos, e por vezes basta um café, em um café, em um lugar não tradicional. E uma arroba flutuante sobre o café. A leveza da arroba atual contrasta com a antiga arroba da pesagem de cargas e animais. Restou agora a arroba como um sinal do café, o seu histórico ali na mesa: plantado, colhido, pesado; torrado, moído, pesado; fracionado, transportado e pesado; por fim então é preparado. Uma história impressa em uma imagem.

Um tempo com outros acessórios, outros equipamentos e outras velocidades. Um tempo para outros programas e aplicativos. O tempo da multidisciplinaridade, transversalidades e currículos integrados, tudo interagindo. O tempo para pedagogos e pedagogas ficarem refletindo, seus primeiros passos, e próximos passos a serem seguidos.

A visão pedagógica de múltiplos olhares, definiu novos olhares. Uma mesma imagem, com múltiplos olhares. E aqui a possibilidade de fazer um novo olhar, ao que se denominou, um olhar de burca.

Mas um café desperta, e dá a oportunidade de imaginar novas ideias. Imaginar novas ideias e novas imagens, o antes e o depois daquele olhar. Um olhar com feed back, o olhar depois de outras analises. Um desenrolar de ideias, descritas por inúmeras palavras, inúmeros momentos e diversos lugares. E se torna possível identificar vários olhares, comecemos por um olhar estratégico, por ambos os lados. A estratégia de desarrumar o conjunto facial. Estratégias que foram observadas, depois de lidas, interpretadas e divulgadas. O livro como barreira da fala.

O calar das falas. Falas e falácias, o falar pela articulação das palavras, e falas expressivas pelos músculos faciais. As mãos argumentativas podem colaborar com as falas. Falas ditas e falas disfarçadas. A mão que segura uma fala, já que as mãos também falam. A mão que cala uma boca, e o livros que colocam palavras na boca de quem o lê e o interpreta, e depois não cala. Ao ocultar uma parte do rosto, ficou escondido um outro olhar. Um olhar todo articulado, um olhar que seria denunciado por marcas de expressão adquiridas ao longo do tempo, ou marcadas naquele momento. O livro que esconde, e o livro como barreira do que não quer ver. Os dois lados do olhar. Marcas desejáveis para compor o olhar, e marcas não desejadas por cicatrizes da idade. Um tema para ser pesquisado, o registro de imagens, além da fala. A oportunidade de uma terceira parte. Uma nova etapa, o registro de uma fala, sempre aberta e pronta para novas etapas. E como disse um poeta cantando, o tempo não para.

As vezes um texto foge do domínio do autor. Termina como um tempo de tomar um café. É preciso fazer uma pausa para o café. Pausa reflexiva que possa quem sabe talvez, continuar a fazer novos olhares. O tempo de refletir o café.

 

16/10/15

 

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