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O sigilo de uma vistoria
A ocupação de um espaço geográfico
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O presídio de Alcaçuz (Nísia Floresta/RN - Região Metropolitana de Natal), já foi considerado como retomado, ocupado com forças militares. E como símbolo de uma ocupação, uma bandeira foi implantada, fincada, desfraldada. Seja ela uma bandeira brasileira, uma bandeira do estado ou uma bandeira do sistema penitenciário. Colocar uma bandeira é um marco simbólico, de algo conquistado. Uma bandeira americana já foi colocada na Lua, e bandeiras já foram colocadas no pico Everest. Uma colocação de bandeira não é apenas um fato de um homem chamado civilizado, ou um cidadão de acordo com as regras e de acordo com as leis do estado. A manifestações e rebeliões acontecidas em Alcaçuz também tiveram o uso de bandeiras para informar quem dominava um determinado pavilhão de apenados, quem dominava um espaço; por grupos e facções organizadas, conhecidas por siglas e bandeiras improvisadas. Faltou apenas uma bandeira a meio mastro, em memória de companheiros mortos. Não teve tempo para cerimônias fúnebres, a ocupação precisava manter suas posições, garantindo o domínio de um território, Um aprendizado da vida militar ou por cenas de filmes e reportagens.
Existe um conhecimento nas ruas, aprendido fora das escolas. E os apenados sabem fazer uso deste conhecimento, que não precisa estar em livros ou oferecidos por um professor, basta observar a sociedade. E no final da história, observando bem, os detentos possuem suas academias, seus centros de formação e treinamento. Nas favelas, ou nas comunidade acontecem um recrutamento. Os detentos, no caso, são filósofos de um outro lado da sociedade, possuem uma polis organizada com seus próprios pensamentos e métodos; com leis que não precisam estar escritas em códigos e regras, basta uma palavra…ou até um telefonema. Não existem OS (ordem de serviço), ou Ordem do Dia em um mural. Há algum tempo já foi descoberto uma espécie de estatuto e código de ética, em facções de um outro estado. Os fora da lei possuem uma sociedade, com comportamentos e regras próprias..
A bandeira é um símbolo social implantado, um símbolo de imponência, por vezes um símbolo macabro. Como uma bandeira de piratas impondo um respeito e um medo. A significação de uma ocupação e um domínio, que deve ser continuada com a implantação de grupo de controle, uma presença física constante, e se possível armada; um grupamento vigilante e um comando. Caracterizando uma ocupação, como no Rio de Janeiro/RJ vemos as UPPs, com um posto policial constante, com troca de comando e passagem de serviço. Os rituais diários de um quartel nas unidades pacificadoras. É preciso exercer comportamentos, rituais e símbolos. Depois da ocupação a presença constante, a continuidade da presença com comportamentos e símbolos, emblemas e siglas. E assim acontece com polícia ou milícia. Os traficantes instalados em favelas ou comunidades, também exercem um controle, com modus operandi semelhante. Praticam uma ordem, um trabalho e um comércio.
No mesmo estado onde encontramos Alcaçuz(RN), ocorreu um outro fato na história. A invasão de Mossoró pelo bando de Lampião, um fato contestado por muitos. Lampião não implantou uma bandeira, nem instalou um grupo controlando o território. E a história não adota que Mossoró tenha sido tomada, ocupada por Lampião com seu bando de cangaceiros. A cidade de Mossoró adota a história como uma cidade de resistência. O RN também tem outros episódios, tem um histórico de ocupação ao longo da história. Presença de índios e portugueses. Primitivos e colonizadores. Cada um implantou uma bandeira. Holandeses, franceses e americanos. Massacres e mártires. Ficou um forte como símbolo, um campo de aviação, e datas no calendário, lembradas pela sociedade e pela igreja. Um local de acordo entre presidentes (EUA e Brasil), tal como uma suposta negociação entre o governo e líderes de Alcaçuz, que só a história poderá comprovar como falsa ou verdadeira. Os dois fatos foram registrados em fotos, faltando apenas o diálogo. A polícia também negocia com atiradores fazendo alguém de refém. Tudo é um ponto de vista, por vezes até estratégico. Também negocia com pessoas prestes a cometer um suicídio. O ato de negociar, tentando preservar as vidas. Negociadores usam de táticas e estratégias, buscando o domínio e o controle de uma situação, tendendo e buscando evitar vítimas..
Em tempos de paz ou tempos de guerra, antes de conflitos e antes ou depois de guerras, os comportamentos se repetem. E ainda hoje, embaixadas e consulados exibem bandeiras, apontando a quem pertence o território. O mesmo se dá com navios, os territórios flutuantes, uma extensão de uma nação ou país. Da mesma forma com grupos rivais, que querem expor e fincar suas bandeiras. Não seria um fato incomum, as bandeiras sobre os telhados de Alcaçuz, ou siglas pintadas em paredes. Quartéis colocam seus brasões nos portões e guaritas. E cada policial o exibe em sua farda. A farda tem uma linguagem, mostrado a Força (militar ou paramilitar), a especialidade, o grupo e a patente.
E o presídio de Alcaçuz foi retomado com ajuda de tropas de outros estados. O Estado do RN pediu reforços ao governo federal, mostrando uma incapacidade, de conquistar um espaço geográfico, perdido para um grupo organizado. Enquanto tropas federais fizeram (fazem) um patrulhamento nas ruas, defendendo a população de ataques, outras forças autorizadas, ficaram livres para entrar nos presídios, Fazer contagens, conferências e buscas. Inventariar o território, em buscas de corpos até mutilados, conferências de baixas e de fugas. Avaliar o estrago na estrutura física das instalações da penitenciária.
Uma linha de raciocínio nos leva a interpretar que a população restante em Alcaçuz, não fugiu por interesses diversos, acontecendo uma opção. Cumprir a pena, ou manter-se no território, e traçar novas metas. Podem transformar problemas em oportunidades, sem precisar ir a escola, sem ler Sun Tzu e Maquiavel, ou mesmo o historiador Hobsbawm que escreveu um livro chamado BANDIDOS. Eles, os internos no presídio, são os atores da história, cumprem e escrevem um script. E como Pierre Bourdieu (definindo poderes e dominações) e Michel Foucault (Vigiar e Punir), outros escritores e historiadores são meros observadores, que apenas querem certificar os fatos, justificando suas atitudes com regras de comportamentos, cientificando os fatos. Bourdieu e Foucault frequentaram a mesma escola, Sentaram nos mesmos bancos franceses (a École de Études en Sciences Sociales).
Uma vistoria foi feita em Alcaçuz, descobrindo armas brancas, armas rudimentares, armas de fogo e muitos celulares, e talvez muitos carregadores. E um poderio pode agora ser avaliado, o de quanto seria seus arsenais antes da rebelião começada. Como construíam ou conseguiam armamentos, como os escondiam ou onde era o paiol. Quem seria o fiel do paiol e do armazém. Mas quais foram os limites da vistoria, os limites do vasculhar à procura de armas?
Um arsenal de bombas de efeito moral e balas de borrachas foi veiculado na mídia como sendo o armamento disponível, para policiais entrarem no presídio. E mais outras armas de diversos calibres. Armas intimidadoras e armamento não letal. E o ideal seria evitar o confronto, evitando massacres e evitando um novo Carandiru na história. Era melhor prevenir do que remediar, contornar um ato falho e um estrago.
Mas com as FFAA presente, imaginamos uma operação de guerra. Um exercício de guerra para as diversas tropas, que nunca vivenciaram uma guerra. A opção de lidar com o inesperado, fugindo dos exercícios tradicionais onde um resultado já é esperado. Como o lidar com prisioneiros capturados. Com o uso de aparelhos para detectar armamentos escondido sobre as areias, um detector de metais, tal como uma busca para descobrir minas em um possível campo minado. O uso da linguagem tradicional e o uso de dialetos, como a linguagem própria de um grupo das ruas. Conhecer hábitos e costumes de um inimigo inventado.
E uma nova dúvida se apresenta. Os túneis encontrados em alcaçuz serviriam somente para fugas? Ou para entrada e saída de celulares e armamentos; entrada e saída de munições e acessórios para aparelhos celulares. Entrada e saída dos que ali estavam “hospedados”. Os apenados estavam naquele local para cumprir uma pena, mas também poderiam usar como um quartel general. Com paiol de armamento e controle dos seus companheiros que estavam nas ruas cumprindo as missões deliberadas do QG.
Sabe-se que durante as grandes guerras, sistemas e métodos de troca de informações foram criados. Códigos de mensagens foram implantados. E grupos secretos tinham a missão de interceptar informações e decifrar os códigos secretos usados. Um distúrbio estadual ofereceu instrumentos aos governos estadual e federal para fazer um exercício de guerra, justamente no ponto estratégico do país, importante para outros povos do planeta. Bastando observar a história; Descobrimento do Brasil, ciclo da cana de açúcar; pós Primeira Guerra, com implantação do correio aéreo postal; e durante a Segunda Guerra, com Trampolim da Vitória e Parnamirim Feeld.
Natal já foi e continua sendo um ponto estratégico do mundo. Hoje o RN tenta viver de sal, turismo e vento, como orientam os outros países. Mas o Brasil possui grandes riquezas como aquíferos de água doce, petróleo no pré-sal, e minerais importantes para o futuro da tecnologia. E muitos minérios podem ser encontrados justamente, no ponto extremo do continente, no RN, com algumas quantidades e muita variedade. A história ofereceu uma oportunidade das FFAA mostrarem suas habilidades em contornar uma situação de origem interna. E o mundo observou tudo isto. Como já tinha observado durante a Copa e durante as Olimpíadas.
Em 28/01/2017
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
Roberto Cardoso (Maracajá)
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Texto em:
por Roberto Cardoso (Maracajá)
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